Passos do coração
Andas de um lado para o outro.
Estais abatido, triste, vulnerável...
Mãos frias, quase geladas, mas tu não
deixas de movimenta-las.
Andas de um lado para o outro.
Às vezes levantas a cabeça em um ato
de cansaço, lamentas...
Soltas suspiros, fechas os olhos, é a
escuridão.
Paras, ficas firme, mas em
misericórdia levantas as mãos,
Abaixas a cabeça e entre as palmas de
tuas mãos encostas,
O teu rosto e choras.
Novamente começas a andar.
Andas de um lado para o outro.
Os soluços são baixos, só o teu
coração escuta.
Ele lamenta a tua dor, ele lamenta a
dele também.
E cheio de dor ele pergunta:
Por quê? Porque choras? Porque andas?
E grita, para!
Não vês como é inútil sofrer assim?
Para!
Ficas quieto, ouve-me. Não é isso que
quero!
Não é isso que você quer, não é isso
que queremos.
Queremos amor sem dor, sem angustia,
sem lamentos...
Queremos paixão, emoção, beijos e
seduções...
Queremos que ela venha, sinta, veja, ame,
se doe.
Não! Ela não vem! Gritas. A dor da
razão fala mais alto.
Voltas a caminhar de um lado para o
outro.
Num ato de misericórdia, respiras
fundo e te conformas.
Os passos diminuem o coração agora bate
lento,
Percebes que tens que esperar,
Por um amor que um dia talvez
chegará.
Escrito e postado por Francisca Uchôa
Souza
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