A desordem
mental.
Sentir o âmago
no fundo do estomago, a ânsia desesperadora de vomitar de colocar tudo pra fora
em uma volúpia de amor e ódio que torna tudo muito mais perfeito para um passo
da loucura e o desejo de ver a morte em ti, desparecido da face da terra dos sonhos
que muitas vezes são mais pesadelos que propriamente sonhos juvenis ou infantis
como aqueles que se tinha quando criança acreditando ainda na pureza das
pessoas.
E a raiva, o desabono por alguém
que um dia foi propriamente dito como a verdade o exemplo de uma vida que só
poderia ser vivida em um mundo paralelo ao real, pois um dependia do
outro. A razão era sempre calada, amordaçada
e colocada de lado para não ter que se tornar verdadeiro num mundo de fantasias
(mentiras), mas que quase sempre superava o real para poder dar vida, vidas
àquelas que dela nutria.
O pesar, cogita a vontade de se
instalar na alma ou no peito. No peito, ele apertará o coração ao ponto de torná-lo
endurecido causando assim uma morte súbita pondo o fim de um ato que poderia
ter se tornado mais profundo sensível, marcante, vivo. Na alma, ele sabe que
mesmo depois da morte do corpo ele perdura para todo o sempre a fazendo arraste-se
em longas caminhadas através dos tempos e o ranger dos dentes, até que um dia, se tornará novamente carne
e ele verá uma nova oportunidade de tornar real a possibilidade de viver o amor
sofrido, falido, agora vivo e nutrido em uma outra matéria que carrega o estigma de ser escravo vivo.
Fingir que nada de errado está
acontecendo é muito mais fácil, mas ir para frente de batalhas e nelas
permanecer para cogitar os erros e acertos é uma questão de razão e emoção,
muitas vezes sabe-se que vai durar a batalha e a espera é bastante cansativa
até mesmo para uma pessoa que está acostumada viver na esperança de que o outro
perceba o quanto é importante àquela batalha, aquela luta mesmo que a pessoa
não participe diretamente, desta luta que é na realidade é apenas de uma, mas que poderia deixar de existir se juntos unirem os esforços.
Sentir vontade de gritar,
esbravejar, afrontar, jogar na cara da mentira a verdade, é uma sanha quase
sempre pensada, mas sempre cogitado antes de se tornar real o fato. É
necessário que se ache um meio termo para que isso não termine em loucura,
muitas vezes é pensada a possibilidade de um acerto pacifico e solidário. Mas o
outro não dá possibilidades, seguem-se vidas em rancores e temores. O silêncio
não torna vidas em paz. Há um barulho mental.
Escrito e postado por Francisca
Uchôa Souza.
Desenho gráfico de Francisca Uchôa Souza
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