A Amazônia de Ermanno Stradelli –
EXPOSIÇÃO
A saga de um italiano.
Numa amostra de ação, aventura,
ousadia, e porque não dizer amor, a exposição relata a saga de um homem que um
dia se propôs a conhecer o desconhecido e fazer dele o que hoje se conhece.
Fotos, documentos, mapas, cartas, relatos de viagens, lendas, boletins, fazem
parte desta magnifica viagem que o visitante faz ao ficar diante de cada foto
ou peça contida na exposição. Ermanno
Stradelli nasceu em Borgotaro na Itália em 1852, e de uma família com nobreza,
estudou advocacia, mas tinha um espirito aventureiro queria viajar, conhecer,
desbravar, ser explorador.
Quando surgiu a oportunidade não
perdeu tempo, a dúvida era entre o continente africano e a misteriosa floresta
amazônica - que prevaleceu, Ermanno viajou então para o Brasil em busca de seus
sonhos, curiosidades, aventuras. Torna-se autodidata adquirindo conhecimentos
em geografia, topografia, geologia, botânica, farmácia destacando seu olhar
mais atento para a homeopatia e os processos da fotografia, seria necessária
para poder registrar e ficar para a posterioridade. Aos 27 anos chega a Manaus em 1879 onde decide passar um tempo junto com
missionários franciscanos para melhorar seu português.
Em 1880 começa sua expedição viajando
para o Rio Purus e seus afluentes, Rio Amazonas, Fonte Boa e Loreto. Ermanno
conhece em suas viagens outro aventureiro, Alessandro Sabatini que lhe fala
sobre a “língua boa”, o nheengatu, que passara ser sua companhia por toda sua
vida. Conhece como é feito a extração da borracha quando passa pelo Rio Juruá
vendo e estudando de perto o trabalho dos seringueiros. Nesta época sofre uma
crise de malária e se ver obrigado a voltar para a Capital (Manaus) para se
tratar. Logo que se restabelece volta para suas pesquisas desta vez viajando
para o Rio Uaupés, onde descobre o valor das lendas e das histórias. Nesta
viagem Ermanno tem a oportunidade de conhecer outros estudiosos, Antônio
Brandão de Amorim, João Barbosa Rodrigues e Maximiano José Roberto, faziam
pesquisas etnográficas na região.
Ermanno desbravou, estudou, pesquisou
idiomas, costumes, rito, de várias tribos, faz várias viagens, organiza suas
pesquisas, coleta várias palavras em nheengatu para formar um vocabulário. Novamente sofre outra crise de malária, mas
não deixa de participar de novas expedições sendo convidado. Sente e ver de
perto a violência e maldade que os brancos praticam para com os índios numa
tentativa de torna-los civilizados. Em 1884 volta à Itália onde conclui seus
estudos acadêmicos e começa uma carreira na advocacia, chega a publicar algumas
obras: “legenda Tupi-Guarani, e La confederazione dei Tamoi, Poema de épico,
uma tradução da obra de indianista de Domingo José Gonçalves de Magalhães”.
Com saudades e desejos de novas
aventuras e descobertas volta para a Amazônia com o intuito de fazer uma nova
pesquisa geográfica na companhia de um amigo, Ermanno quer conhecer a nascente
do rio Orenoco. Recebe ajuda da Sociedade Geográfica, mas contando apenas com
seus recursos. Quando chega a Caracas recebe ajuda do Presidente. Depois de uma
negativa de um amigo para seguir viagem com ele, Ermanno segue só, viaja por
Trindad, Puerto d’Espanã, Ciudad Bolivar, Porto Samuro, Maipures, Vichada, um
afluente do Orinoco, chega depois em S. Ferrnando de Atabapo, neste local
decide largar a empreitada. Já em 1888 fica um mês em Cucuí, que era um posto
militar de fronteira. Depois volta novamente a viajar desta vez indo para Vista
Alegre, no mês de fevereiro chega a Manaus.
Toda sua movimentação desta viagem
foi registrada e a Sociedade Geográfica publicou em o Boletim. Torna-se natural
do Brasil em 1893 e decide trabalhar na magistratura. Com o cargo de promotor
público presta serviços em Manaus, Lábrea e no Rio Purus. Sofre uma decepção
quando vai à Itália para realizar um antigo projeto, que era combater o
monopólio anglo-americano na extração da borracha e sua comercialização e
volta decepcionado com a negativa. Em Manaus novamente trabalha como juiz e
vive uma vida simples, reservada, tranquila, trabalha também em suas anotações
de viagens para um dia as publicar. Faz sua última e curta viagem a Itália em
1901.
Já em Manaus novamente e desta vez em
Tefé em 1912. O tempo passa e com ele Ermanno começa a sentir os primeiro
sinais da doença de Hansen. Com sua exoneração de seu cargo público em 1923 ele
é internado no leprosário de Umirizal, vindo a falecer em 1926, só, tendo como
companhia seus escritos, mapas, saudades e lembranças, numa pequena cabana.
Exposição de 23 de junho a 25 de
agosto de 2013 – Entrada franca
O Centro Cultural Palácio Rio Negro fica localizado na Av.
Sete de Setembro, 1546-Centro-Manaus/AM.
Visitação de terça a sexta de 10h às 16 h # Nos domingos das
17h às 20 h
Escrito e postado por Francisca Uchôa
Souza – Fotos de Francisca Uchôa Souza.
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