terça-feira, 9 de junho de 2009

Pesadelos


Mundo contou que no internato tinha pesadelos com a paisagem calcinada: a floresta devastada ao norte de Manaus. Visitara as casinhas inacabadas do Novo Eldorado, andara pelas ruas enlameadas. Casinhas sem fossa, um feder medonho. Os moradores reclamavam: tinham que pagar para morar mal, longe do centro, longe de tudo... Queriam voltar para perto do rio. Alguns haviam trazido canoas, remos, malhadeiras, arpões; a cozinha, um cubículo quente; por isso, levavam o fogareiro para a rua de terra batida e preparavam a comida ali mesmo. Ele dormira na casa da família do Cará. O sol da tarde esquentava as paredes, o quarto era um forno, pior que o dormitório do internato. Os moradores do Novo Eldorado eram prisioneiros em sua própria cidade. Isso não justificava a escolha?

###Trecho do livro CINZAS do NORTE, pág/ 148 de Milton Hatoum.

Postado por Francisca Uchôa Souza.

Saindo da terra - raízes. Raiz.


O bairro da Raiz é pequeno, e estreitado entre os bairros do Japiim, Betânia, Petrópolis. Separado da Cachoeirinha pelo igarapé de mesmo nome e do Crespo pelo igarapé do Quarenta. Nele existe duas avenidas que são as vias mais importantes para o tráfego são elas; Av: Costa e Silva e a Tefé. As duas também servem de ligação ao Centro de Manaus e também ao Pólo Industrial de Manaus (PIM).
Há uma grande variedade de linhas de ônibus que cortam o bairro, assim seus moradores também são beneficiados pelos mesmos. Além do bairro estar próximo ao T2.
Em 1967 co o fim da Cidade Flutuante (casas construidas sobre balsas às margens do Rio Negro). O Governador da época (Artur César Ferreira Reis,1964/1967), ordenou que as famílias desse local fossem retiradas. Assim, muitas delas foram morar em áreas mais próximas. Dentre essas áreas estava o igarapé do Quarenta local onde hoje está o bairro da Raiz.
O Governador viu que teria que ser feito algo mais pelas famílias retiradas da Cidade Flutuante, então mandou construir o Conjunto Costa e Silva (homenagem ao segundo governo do regime militar, Artur da Costa e Silva, 1967/1969).
Era um Conjunto organizado, com ruas e casas numeradas. Houve sorteios e cada família que ganhava, recebia a chave e um carnê para fazer o pagamento em alguns anos.
Tudo bem feito e organizado, mas a grande maioria dos moradores do conjunto eram de pessoas que vieram da Cidade Flutuante e não tinham recursos financeiros para cumprir com essas prestações. Assim muitos venderam as casas ou simplesmente abandonaram.
No presente são poucas as pessoas que ali moram oriundas da Cidade Flutuante.
Os primeiros moradores do bairro, moravam numa baixada próximo a Silves. Nesse área havia muitas árvores; caju, manga, buriti, pupunha, açaí e outras tantas árvores. Assim quando alguém ia ao novo bairro dizia que iria ao bairro da Raiz, por causa das raízes que ali eram mostradas sobre uma elevação.
Mesmo sendo um bairro pequeno há um bom desenvolvimento sociocultural e econômico.
Existem igrejas católica e protestantes, como a igreja de Nossa Senhora do Carmo que fica localizada na Sives, igreja Batista 14 de Novembro na rua Nova e Testemunhas de Jeová.
Também tem escolas particulares e estudais como; Cunha Mello, Nilburger Araújo.
Na cultura existe o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Raiz, que já foi campeão três vezes e é dirigida pelos irmãos Alex Uchôa e Jessil Uchôa, sendo o Diretor Presidente Alex Uchôa, hoje a Escola apresenta-se no grupo de acesso.
Nos festivais Folclóricos tem a Ciranda Sensação que também tem titulo de Campeão
As ruas mais conhecidas são; Av: Presidente Costa e Silva (Silves). A av: Tefé que recebe vários nomes de acordo com o bairro que ela corta, na Raiz é Tefé até a rua General Glicério (que fica na Cachoeirinha), na Praça 14 já recebe o nome de Santa Cruz Machado, no Japiim recebe o nome de Av: Solimões.
A rua Nova é a primeira do bairro (já houve mudança para Tenente Jurandir, mas não colou), outra conhecida é a Natal.
O bairro mesmo sendo pequeno tem um bom comércio local. Alguns pequenos que vão da simples taberna até uma boa lanchonete, como também tem alguns grandes, tais: panificadora Nossa Senhora de Fátima (grande representante do vinho do porto em Manaus e do delicioso bacalhau), Armarinho Raiz, Moto Freze, Eletroluz - Eletrogeradores, Ponce (energia), Marcodiesel, Souza auto peças, Amazonaço, QG escapamentos, Deca Materiais de Construções, Proserve, Clínica de Estética Santa Márcia, Loteria Esportiva Carioca, Drogaria Preço Certo, Megatrol, Locadora de Vídeo Blue Ray, alguns pequenos salões de beleza e lanchonetes de grande valias para seus moradores.
A comunidade é festeira, participa nas grandes festas do bairro sendo no Centro Social da Cohab-AM; quem gosta de dançar e ouvir boa música tem o Terraço Club e mais a quadra Poliesportiva Huascar Angeli
O Aniversário do bairro ocorre no dia 19 de Agosto (em 1968 nessa data a av: Costa e Silva foi inaugurada com asfaltamento).
O bairro da Raiz ainda tem três grandes condomínios; o Conjunto Jardim Brasil, O Conjunto Parque Solimões e o primeiro de todos, o Conjunto Costa e Silva.
O Censo de 2000 acusa, 17.522, e de 2007 mostra 15.724, talvez pela a implantação do projeto Prosamim.
###A foto acima é do Armarinho Raiz, localizado na Av:Silves, entre as ruas Nova e Natal.

Texto de Francisca Uchôa Souza.

domingo, 7 de junho de 2009

Terminou o XIII Festival de Ópera do Amazonas.


No dia 31 de Maio, terminou o XIII Festival de Ópera do Amazonas. Não poderia ter sido melhor a ópera escolhida. Com a ópera A vida Parisiense...Em Manaus, o Festival terminou em estilo europeu encravado nas pedras do templo daquele que um dia serviu de encontro e desencontro de tantas pessoas tanto de dentro como de fora da cidade que um dia foi conhecida como Paris dos Trópicos.

O Largo de São Sebastião estava lotado como sempre nos grandes eventos da SEC.

A vida Parisiense... Em Manaus, de Jacques Offenback com Dramaturgia de Robério Braga é uma história contada em 4 atos com artistas locais e algumas participações de fora do estado.

Uma história simples mais muito criativa que prende desde o começo até o fecho final com grande glamour e uma bela apresentação da famosa Dança do Can Can.
Mais uma vez a SEC superou as expectativas de todos que ali estavam.
BRAVO!     BRAVO!    BRAVO!
A seguir algumas considerações do Secretário de Cultura do Amazonas, criador e organizador desse que é o maravilhoso Festival do Amazonas de Ópera
[...], a reedição do clima de belle époque que anima o imaginário de todos nós amazonenses, é singular.
[...] Olhar ao largo e verificar que tudo tem se desenvolvido conforme concebido originalmente, enriquecido por contribuições de experientes profissionais, é gratificante. Porém, nada é mais gratificante do que comprovar, na prática, que a lógica de associar diversos fatores para a geração de uma política pública de cultura a partir da valorização da memória coletiva de uma cidade que respirou ópera, é mais singular ainda.
E não haveria melhor oportunidade de registrar esta compreensão do que o reacender da belle époque amazonense em pleno século 21 com homenagem à França em nosso Festival.
BRAVO! BRAVO!
Texto de Francisca Uchôa Souza.