terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Luto

Hoje recebi uma notícia. 
Custei acreditar no que ouvira. 
E por fim, percebi que era verdade.
Devo dizer que no início foi assustador,tenebroso até mesmo medonho. Mas, por fim, o fim.
Era um inicio de dia como tantos outros e para começar sempre era você que vinha na frente e aí o resto do dia também.  
Porém nesse dia algo me surpreendeu, cadê você? 
Procurei, e procurei e nada encontrei.
Como pode? Você estava tão bem, dominando bem, e agora não sabia mais de você.
O tempo foi passando, já perto do fim do dia eu nada mais sabia de você. 
Claro que já estava com medo, o coração em silêncio,  e isso tudo dava um medo. 
Parei tudo, fiquei em silêncio,  queria ouvir o que meu coração tinha a dizer. 
Nada! Mas como nada? Vamos, fala, diz algo  que eu posso entender do porquê desse maldito sumiço de você. 
Nada! 
Abri a janela que dava para o jardim. Engraçado,  nunca havia reparado o quanto ele era lindo com suas poucas flores a sorrir. 
Mas, ele estava ali, parece que esperando que esse dia enfim viesse a surgir.
Olhando para ele procurei por você e não achei. Eu sabia que você ali deveria estar, lembranças de algum dia, mas minha alma não via, não conseguia mais conectar.
Meu coração quase parado estava, era como só um lado funcionasse e mesmo assim em compassos lentos.
Foi quando percebi o quanto não mais tinha você. 
O coração pesado, dividido ao meio, um lado negro de luto e o outro sangrando de medo. 
Um medo de morrer também. 
No céu,  por trás de um jardim recém descoberto raios avermelhado de um sol indo com a certeza de um amanhã  bem- vindo, mesmo sem você. 

Texto de Francisca Uchôa Souza