quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Ali nasceu Jesus

Ali nasceu Jesus

O barulho de todos os sons e as vozes das pessoas que acabavam se tornando em murmúrios, já não incomodavam João. Ele já se acostumara a viver naquele ambiente movimentado por tanta gente de diversos lugares e de todos os valores. Era um solitário, em meio à multidão. Seu cantinho era um beco sem saída, só não era esquecido porque todos do comércio local ali jogavam seus lixos, que geralmente eram caixas e plásticos. João aproveitava quase tudo, as caixas ele usava para forrar o chão e fazer pequenas paredes e o plástico ele cobria essa casa que ele tanto cuidava e trocava sempre. João já vivia ali há muitos natais e ele sabia que aquele seria mais um, só que agora não estava mais tão sozinho, agora ele tinha Fiel, seu pequeno e escudeiro amigo. Fiel era um pequeno cachorro que em uma madrugada meio chuvosa o encontrou perambulando perto do beco. João não o quis pegar para ele, mas Fiel adotou João como seu novo dono. E João não resistiu aquele olhar meio apagado. Fiel era cego de um olho, vai ver foi por isso que fora abandonado. João sabia o que era ser um peso na vida de alguém, ele mesmo se sentiu assim quando um dia descobriu e ouviu o que os filhos pensavam dele. João sabia que todos tinham seus problemas e ocupações e ele agora se tornara em mais um, ele se lembra das palavras de um dos filhos; -“Ele está velho e daqui a pouco ficará caduco e fora outros problemas que irão aparecer e sabemos muito bem que isso irá agravar muito mais, o certo é colocá-lo em uma casa de repouso, lá ele terá 'pessoas qualificadas' para dele cuidar”.
João lembra quando casou, não tinha qualificações para cuidar de bebes, tinha que trabalhar, mas quando chegava à noite em casa ele ajudava sua esposa a cuidar do bebe mesmo sem qualificações, os dois aprenderam, pois tinham amor e isso é uma qualificação que ensina todas as outras.
Depois que perdera sua esposa, João continuou a viver com que lhe sobrara, os filhos aos poucos foram indo embora e quando viu, estava só. A solidão era ruim, mas estava começando aprender a viver com ela. Os filhos por necessidades resolveram que tinham que vender a casa para sanarem dividas, que ele não as tinha feito. Não houve muito diálogos, João sumiu, saiu de cena, desapareceu, com que tinha no bolso, comprou uma passagem de ônibus e foi para outra cidade, mudou.
Triste, muito triste. Os primeiros dias foram cruéis, terríveis, quase ele desiste e voltava, mas seu amor estava machucado, dolorido mesmo, e ele sabia que eles, seus sete filhos, nenhum iriam entender e talvez fosse até pior, nunca veriam em seus olhos o clamor do amor que ele tanto queria e precisava.
Às vezes João sentia-se culpado e perguntava-se: Onde errei? Seria porque vivi mais para o trabalho do que para brincar com eles? Quem pagaria as contas?
Ou seria porque nas férias todos eles viajavam e João ficava para reforçar no escritório e com isso ganhava uns extras para pagar os pacotes de viagens tão desejados?
João não sabia direito, acabava deixando de lado os questionamentos, pois tinha que viver um dia de cada vez, vendendo papelões e plásticos para o seu sustento e o de Fiel.
O tempo passou e João ficou. Ficou só, a tristeza doía e ainda tinha os perigos das ruas, ele até tentou um abrigo, mas não deu certo e assim foi ficando. João começou a observar que além dele tinha tantos outros amargurados e com eles aprendeu a sobrevivência das ruas. Matar um leão por dia. Era a meta.
Muitos poderiam questionar sobre a vida de João, já que ele tinha família porque estar nas ruas?
Mas ele não mais se importava com a opinião dos outros e a família, essa ele sabia que o esquecera de vez.
Agora era natal de novo e ele precisava resolver sobre a ceia dele e de Fiel.O rapaz que comprava sua mercadoria desaparecera, depois João ficou sabendo que ele havia sido atropelado e levado para um hospital, agora ele tinha que procurar outro comprador. Mas não achou. E as coisas estavam esquisitas, pois seus papelões e plásticos diminuíram bastante. João ficou sabendo que era a “crise” e assim, seu natal talvez também estivesse em “crise.” O que fazer?
O dia estava findando e com ele ia à esperança de João, estava cansado, com fome e agora era aquela dor de cabeça e um frio vindo não sabia de onde, pois o tempo estava quente. Fiel também sentia fome, mas não reclamava, não soltava um au. As poucas caixas e plásticos que apareceram João ainda conseguiu ajuntar em um canto, conseguira água para ele e Fiel e assim depois de uns goles ele deitou e esperou a noite chegar. João tinha um privilégio nessa tormenta de vida, o beco que vivia ficava na frente de um prédio com janelas todas de vidros e todos os fins de dia ele podia ver o por do sol no reflexo do prédio. Mas nesse dia, não foi possível, João dormira cedo.
Os latidos eram altos e fortes para um cachorro de pequeno porte. Mas Fiel latia como nunca e não saía de perto de João. João acordou atordoado sem saber o que estava acontecendo, abriu os olhos e viu vultos, não conseguia distinguir de imediato. Aos pouco foi se erguendo do chão e vendo que o beco estava tomando por algumas pessoas. João se ergueu, mas caiu e logo ele sentiu uma mão lhe levantando novamente. João ficou confuso e nervoso, Fiel já parara de latir e estava sendo acariciado por uma criança. Afinal o que era aquilo? O que estava acontecendo? Quem eram aquelas pessoas? O que queriam? Eram tantas perguntas.
João não precisou perguntar mais, agora já com a vista estabilizada percebeu que eram pessoas vestidas de Papai Noel e que traziam em suas bolsas, presentes e alimentos. João foi abraçado e felicitado com um “Feliz Natal” e encaminhado para outra pessoa que lhe entregou sorrindo um prato de comida e uma bolsa contendo roupas, agasalhos e calçado. João até por uns instantes esqueceu Fiel, mas logo o recebeu com uma pequena coleira verde, já em seu pescoço, escrito Boas Festas.
Era um encanto? Estava sonhando? Não! Logo seu colega de rua veio ao seu encontro e disse: “São os Voluntários da Paz, eles fazem esse trabalho todos os anos e hoje ele chegaram até nós”.
João sorriu e se perguntou: (Seriam eles qualificados?)
O certo é que ali naquele momento, nasceu Jesus.
Jesus foi um como eles. Tinha amor, amor com qualificações de amor, a que ensina todas as outras.
Feliz Natal!

Texto e foto de Francisca Uchôa Souza.



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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ilusão

É tudo mentira! 
É tudo ilusão! 
O que realmente existe, é; 
Solidão em meio a multidão. 
    
- Uchôa Souza -


sábado, 24 de outubro de 2015

Manaus faz 346 anos. Parabéns Manaus!

Manaus linda cabocla!
Terra quente e de gente boa.
Hoje é teu dia.
Dia feliz!
Mesmos em dias de cinza.
Não deixamos de te ver sorrir.
São 346 anos e outros tanto irão chegar.
O tempo só importa,
Para te dizer, quantos ainda vão te amar.
Parabéns Manaus!
                                                   - Francisca Uchôa Souza

Manaus és bonita e formosa,
Teus encantos são mil,
Muitos aqui outros ali.
Cabocla morena e charmosa.
És linda cuiã.
Sou todo tua de coração.
                                                      - Francisca Uchôa Souza


Manaus, ainda bem que não te tornaste em Liverpool.
Continuas morena, de cabelos negros sem olhos azuis.
Carregas contigo as marcas dos que por aqui passou
Vives embalada por filhos mistos que te adotou.
Teus rios e tuas matas são questões de preocupação.
Os que se vão carregam-te no coração.
Uns voltam e outros daqui não saem não.
                                                                   
                                                                      - Francisca Uchôa Souza


Postagem e textos de Francisca Uchôa souza











terça-feira, 20 de outubro de 2015

A mulher e o jabuti (em uma noite quente de verão)


A mulher e o jabuti (em uma noite quente de verão)

São aqueles dias quentes. A mulher não consegue mais dormir. O calor a acordou com gotas de suor escorrendo pescoço abaixo e algumas delas desciam pelas suas costas e usavam o caminho da coluna para chegar até seu destino final, (aquele lugar que muita gente não gosta de pronunciar o nome). Aquilo a deixou inquieta, pois sabia que não é saudável. Seu médico já havia lhe dito uma vez que é perigoso e pode causar algum problema sério.
Afastou o pequeno pano que usava como lençol e abriu as pernas com a intenção de que o pouco vento que vinha do velho e empoeirado ventilador conseguisse apagar aquele fogo que se instalara em seu corpo. Nada acontece. O calor continuava aquecendo cada vez mais seu corpo coberto apenas por uma gasta e desbotada camisola. Ela decide então se virar na cama e alcançar o interruptor do abajur que mantinha uma fraca e suave luz. Pronto! Agora talvez melhore! Voltou-se para a posição anterior e deu de cara com um novo cenário.
Era o céu. Estava ali, todo aberto, escancarado e oferecido para ela. Ficou atônita, com tanta beleza e aquela imensidão de luzes piscando. Como nunca pode ter percebido tudo aquilo antes? Sentiu seu corpo esquentar mais, num quase pulo levantou-se e com um puxão afastou a fina e branca cortina que ainda a separava daquela visão magnifica de uma noite calorenta com suores descendo agora pernas abaixo.
Era uma noite de lua cheia, e ela, estava sentindo-se a Madona Lunar. A mulher não entendia muito de fases da lua, mas dessa lua que ali se mostrava no céu, ela sabia muito bem. Era uma lua redonda como se estive grávida. Isso era preocupação dos mais antigos, nesses dias de lua cheia ou grávida, como falavam, era a época de cuidados, pois os lobos estavam soltos e alvoraçados e eles costumavam a virar homens maus e agarrarem jovens ainda virgens e sedentas de paixão.
Mas, a mulher logo deixou de pensar nisso, pois ela não era mais nenhuma jovenzinha  virgem. Ficou a admirar mais o céu e o calor explorando todo o seu corpo. Não mais aguentando tanta quentura resolve banhar-se um pouco, olhou para os lados por fora da janela e percebeu que o quintal estava totalmente iluminado com a luz do luar, sendo possível aventura-se em um banho no banheiro, nos fundos da casa. Assim fez, deixou jogada no chão a fina camisola e saiu porta a fora em busca de refrescamento lunar. O banheiro era um pequeno quadrado e não tinha teto, sendo possível ver tudo o que acontecia ao seu redor, melhor assim, pensou ela, em uma fração de medo das histórias antigas. O chuveiro era feito de lata de leite de onde saia gotas de águas refrescante. Isso que era importante. Ficou os primeiros segundos se deliciando daquele frescor que percorria todo o seu corpo deixando a sensação de brisa matinal, apesar de ainda ser de madrugada. A lua estava lá revelando a hora e mostrando-se grávida e nua, sem vergonha ou medos.
Agora, a mulher já bebia da mesma fonte, fechou os olhos e delirando de prazer daquele momento integrou-se a paisagem. Ao passar o gasto e já sem cheiro sabonete por seu corpo sentiu que não estava mais só, sentiu um frio na espinha. Pensou; seria um bicho do mato? Um coelho, um gato, uma cobra, ou o danado do cachorro do vizinho que vivia implicando com o pobre de seu bom e companheiro jabuti? Era um cachorro feio, grande e mal encarado, por sinal nunca era visto com seu dono, e isso, fazia a vizinhança comentar, que um seria o outro, tudo bobagem de gente que não diz coisa com coisa. Ou será que seria seu vizinho? Não! Não podia ser ele, afinal, era um homem muito estranho, vivia quase escondido, as más línguas falavam que ele era envergonhado por ser um homem coberto por pelos e por isso tinha medo de se expor e ser repudiado, e que nem seu cachorro com ele saia. Viu? Não diziam coisa com coisa. Era um solitário. Ás vezes, ela o observava limpando o quintal, sempre com roupas que cobriam todo o seu corpo. Ele sempre abaixava a cabeça quando percebia que a mulher o observava.
Não! Não podia ser ele! E a sensação aumentou quando sentiu que era real, pensou em gritar, mas sua boca logo foi tapada por uma grande e peluda mão.
Sentiu falta de ar e uma leve tontura, mas não podia fazer mais nada, estava dominada e seu corpo tremia de medo. Sentiu o peso do braço e uns arfar em seus ouvidos, a respiração era quente e era sentida bem em seu cangote, aquilo a deixou apavorada, mas quietou-se e deixou apenas seu coração disparar. Era um misto de medo e prazer. Sim, prazer. Fosse o que fosse a estava tocando com cuidados e desejos. A mão grande e peluda continuava tampando sua boca e em suas costas sentiu algo como pelos grossos, ásperos a roçar em leves movimentos foi quando sentiu que a outra mão tentava separar suas pernas. Deu muito mais medo, mas sabia que mais nada podia fazer, e deixou o corpo mole, foi quando sentiu algo quente escorrendo entre suas coxas, uma mistura de calafrios quentes deixou seu corpo entorpecido e desmaiou. Quando voltou a si estava em sua cama, olhou para a janela e através da cortina viu um céu já sem luzes piscando, agora tinha uma leve palidez e a lua não mais estava ali.  
Tentou virar-se para ajeitar o corpo confortavelmente, já que o calor passara agora um sono débil chegava de mansinho, percebeu que estava nua, e envolta de se o lençol da cama totalmente revirado e manchado de terra molhada. Assustou-se, levantou-se de uma vez olhou para todos os lados e não viu a caixa de seu jabuti que dormia sempre ao seu lado. De repente ouviu um forte uivado, tremeu, sentiu medo, mesmo assim resolveu verificar através da janela o que estava acontecendo no quintal. Num lampejo de visão viu o cachorro do vizinho pulando a cerca do seu quintal e logo abaixo da cerca estava o seu jabuti de pernas para o ar.

 - Arre!- Desgraçado!- Enfim ele o pegou!

#Postagem, conto e desenho de Francisca Uchôa Souza





quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Manaus 40° graus - a temperatura aumentou.


 Manaus 40° graus – a temperatura aumentou. 
Todos têm falado muito sobre a temperatura em Manaus e até no Brasil todo. Fala daqui, fala dali, e a reclamação é total. E com tudo isso acontecendo lembrei-me de um livro que li sobre a visita de Euclides da Cunha no amazonas, a obra é de Robério Braga, o livro relata os comentários de Euclides da Cunha em cartas, quanto ao clima da cidade e sua angústia de suportar o clima, isso, em dezembro de 1904, seus relatos em carta para um amigo dizia:
[...] Escrevo-te doente, este delicioso clima do ilustre e ingênuo Bates, resume-se num permanente banho de vapor – à noite, pela madrugada, pela manhã, durante o dia todo em que reina a canícula, livremente oscilando de 20 a 30°. - Página 42.
Já em outra carta se reconciliando com os viajantes de outrora e também com seu inimigo – o clima relata:
Escrevendo-a sob uma temperatura exaustiva de 30° graus, não tolhi algumas amargas considerações sobre este clima. Era impressão passageira. Já estou meio reconciliado com ele. Já compreendo um pouco o “glorious clime” de Bates, o “delightful clime” de Wallace e até o “céu de opalas” de Mourcroy... e neste janeiro afogueado temos tidos manhãs primaveris e admiráveis.
Manaus-- há uma onomatopeia complicada e sinistra nesta palavra – feito do soar melancólico dos barés e da tristeza invencível do Bárbaro (...). - Página 46.
Segundo o escritor da obra:
Registre-se que, em dezembro de 1904, a média anual foi de 28.2 graus centígrados, a máxima absoluta de 36.4 e a mínima absoluta de 22.2, clima que antecedeu à chegada de Euclides a Manaus. De igual modo, de janeiro a maio de 1905, pode-se registrar os seguintes indicadores de temperatura, todos anotados na respeitável obra de Alfredo da Matta, GEOGRAFIA E TOPOGRAFIA MÉDICA DE MANAUS.
Janeiro – 27.6 – 34.0 – 22.9
Fevereiro – 27.3 – 33.3 – 22.2
Março – 28.6 – 34.5 – 22.3
Abril – 28.1 – 33.5 – 23.0
Maio – 29.6 – 34.2 – 23.0
No ano, a média de temperatura foi de 28.2 aproximadamente, sendo a máxima de 36.4 e a mínima de 23.0, com umidade relativa do ar na ordem de 71.2, com chuvas em 175 dias e precipitação pluviométrica de 1.6338.8, ficando bastante caracterizado o clima tropical com 18 dias de trovoadas, 191 dias de céu encoberto e 174 dias de céu claro.
Como o clima amazônico pode ser considerado de verão, com ou sem chuva, naquele ano de 1905, houve chuva  em 23 dias de janeiro, 23 dias de fevereiro, 22 dias de março, 21 dias de abril e 14 dias de maio, naturalmente aliviando o forte calor de que reclamou tanto no inicio de sua permanência  na capital amazonense. – Página 47.
“Fiz as pazes com o sol do Equador e adapto-me admiravelmente na atmosfera úmida e quente, feita para as fibras das palmeiras e aos nervos dos poetas”. Diria a Reynaldo Parchat. – Página 45.
Postagem de Francisca Uchôa Souza
# Livro – EUCLIDES DA CUNHA NO AMAZONAS – ROBÉRIO BRAGA



terça-feira, 11 de agosto de 2015

Egoísmo

E minha saudade virou água, rio de água salgada. Minha alma ficou em desespero e por não saber nadar, afogou-se nesse mar de lágrimas quente e num último ato de consolação viu meu coração que mesmo partido e ferido de morte nadava contra a correnteza da desilusão em busca de uma salvação. 

E assim, os dois se encontram e se agarraram em uma tentativa de me salvar, pois de mim dependiam para uma vida continuarem. A mim não mais interessava nesta vida continuar. Gritaram por socorro, debatiam-se na tentativa que eu os escutassem.
Eu nada ouvia, via, sentia, meu corpo estava inerte em uma banheira, meus olhos vidrados no teto, não se mexiam, a luz que neles existiam estava afinando, se estreitando.
Era a morte que vinha, chegava devagarinho, observando, atenta para o último instante, aquele que sem misericórdia ela ceifa a vida de quem a escolhe.
Meu anjo a tudo assistia, mas sabia que nada podia fazer, para que eu não perecesse, pois eu havia posto em prática o livre arbítrio, que Deus por misericórdia nos deu.
E a morte sorria, sabia que venceria.
Meu coração e minha alma penavam, lutavam e se desesperavam, sentiam o fim, e meu corpo o mesmo sentia ficando frio.
E o mar de lágrimas tornou-se escuro em um vermelho profundo e tudo acabou, apagou.
Últimas lembranças, você.
Não conseguia mais deslumbrar seu semblante, mas eu sabia que era você.
Tudo acabou, terminou, é o assassinato de um amor que por egoísmo, não perdurou, não vingou.
Mesmo assim, ainda hoje, escuto o toque deste coração perdido, que em algum lugar ainda vive.  

Texto e postagem de Francisca Uchôa Souza 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Não me abandones.

Não! Não me abandones!

Não poderei viver sem ter a certeza ou a ilusão, que um dia vamos nos ter.
Que farei sem o fio de esperança que todos os dias minha alma se enlaça, que no fim do dia, vamos nos encontrar?

Como será as noites em que o sono foge e comigo ficas a me acompanhar?
E os domingos de manhã?
Bem cedinho, quando ainda todos dormem, o cantar de alguns pássaros sempre me acorda, avisando que é hora de em te pensar.

Não, não fazes isso comigo! Não me deixes, já sofro tanto com tua ausência.
Vivo dessa esperança, de um dia fugimos e com medo sermos desbravadores deste louco e verdadeiro amor insano.

Não fazes isso! Não resistirei por muito tempo. Eu te amo!
Quero tanto um dia dizer-te isso bem baixinho e somente ouvir o sussurro do teu coração, batendo em descompasso, repetindo, eu também te amo.
Não me abandones de novo. Eu te amo! E te espero o tempo que for, já se passou tanto dele e aqui estou de novo.

Não me abandones!

O que queres que eu faça?
Anda, diz! Dá um sinal!
Estou aqui a te esperar.
Diz! Sei que também te perturbas por está situação, não tens coragem.

Tens tanto a perder? Eu também!
Perco você!

Texto de Francisca Uchôa Souza



segunda-feira, 29 de junho de 2015

Saudades de nós.

Hoje acordei assim;
Saudades de você
Saudades de mim
Saudades de nós

Saudades de ontem
Saudades de hoje
Saudades e um amanhã sem nós.

Texto e postagem de Francisca Uchôa Souza

terça-feira, 23 de junho de 2015

Insano sentimento

Queria tanto estar contigo
Em todas as manhãs
Sentir o ar fresco entrando
Transformando momentos em emoções

Queria tanto estar contigo
Nas tardes nossas de verão
Sentados de mãos dadas
Vendo o sol se pondo aquecendo nossos corações.

Queria tanto estar contigo
Nas noites frias dos restos de nossos dias
Abraçados diante uma lareira sentindo nosso amor queimar
Em sincronias  vivendo volúpias até o êxtase chegar

Queria tanto estar contigo
Agora!
Neste exato momento
Largar tudo ao vento
Ser irresponsável por um instante
Por um momento
Deixar a loucura tomar conta dos sentimentos
Vencer o medo e viver este insano sentimento. 

Texto de Francisca Uchôa Souza

Desenho de Francisca Uchôa Souza

Insano sentimento

domingo, 21 de junho de 2015

INCONFESSO DESEJO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

       
INCONFESSO DESEJO

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatro ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo
                                                                       # - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE –



Postagem de Francisca Uchôa Souza

                 

domingo, 14 de junho de 2015

Saudade de você - Bruno Fontes

A saudade de você
é igual àquelas bobagens
que eu ainda tenho no quarto,
que nunca mais vou usar 
e que não tenho onde guardar:
mas guardo.

            -Bruno Fontes.
Postagem de Francisca Uchôa Souza.

domingo, 26 de abril de 2015

Minha Amada Imortal - Nona sinfonia de Beethoven



Um trecho do filme Minha Amada Imortal, é o ápice do filme, onde é mostrado uma parte da Nona sinfonia de Beethoven. A cena além de mostrar a obra-prima de Beethoven que é a Nona sinfonia, retrata também a emoção, paixão, libertação de um homem que viveu uma vida de tormentas em todos os sentidos, amor, carência, solidão, afeto, sonhos, desejos, medos, e por fim   o silêncio. 
O ator Gary Oldman consegue retratar tanta emoção que é quase impossível o expectador não sentir tanta emoção. Eu choro todas as vezes que vejo esse filme. E minha alma também fica em silêncio. A Nona sinfonia de Beethoven é dilacerante, emocionante, é uma das mais belas obra de arte que um ser humano consegui fazer para que outros pudessem viver uma emoção sem igual.
Bravo Beethoven!  

Texto de Francisca Uchôa Souza.  

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Intacto

Jogaste-me aos leões. Pior, jogaste-me na multidão. E eles são piores que os leões. Os leões devoram de uma vez, e na multidão estou morrendo aos poucos. Pergunto-me o que fiz para merecer tanto descaso e tanta dor.
Fico sentada em um canto remoto de olhares e agressões, foi o máximo que pude fazer, para que possa sobreviver e salvar o que restou de mim em mim.
Olhando de longe para longe, percebo que tudo que sobrou foi uma leve lembrança de tudo que vivemos. Às vezes é confuso e não consigo diferenciar o ontem e o hoje. Outro dia estava olhando para longe de mim e em meio toda a poeira que vislumbro todos os dias, vi você sair do nada e se apresentar diante de mim. Estavas lindo como sempre, sentada no chão e encostada na parede da gruta que me refuljo não consegui de imediato ver todo você, mas depois foi possível, pois você fez questão de se mostrar por inteiro e ter a certeza onde eu estava e como estava.
Senti ódio, raiva, nojo e o pior, o estonteante, louco e devorador amor. Abaixei a cabeça para que não visse as marcas realçadas em 3D em meu rosto. São marcas que se sobressai e se transformam em dor. Senti que você ficou a me observar e com certeza com pensamentos lógicos e racionais que você sempre teve diante da vida, principalmente diante de mim.
Sem pena, sem dó, sem amor, sem compaixão jogaste-me na multidão. Aqui estou sendo devorada por “eles”. Todos usufruem de mim de todas as formas possíveis e palpáveis. Os dias passam, as horas se juntam e formam um paredão de tormenta diária, às vezes que consigo respirar sem medo saio escondida, até de mim e me aventuro em passeios noturnos em meio a névoa e sombras que se esquiam como eu, com medo de a qualquer momento algum aproveitador se aproxime e tome-me a vida. É assim que vivo.
Raros são momentos que ainda insisto em lembrar, dos dias que passei contigo e isso faz com que eu me sinta de alguma forma ainda viva mesmo que seja cheia de dor e com o coração e alma em pedaços. Mas logo o pensamento vai embora, não se fixa. Tento lembrar da última vez em que estivemos juntos e o que aconteceu para que eu acordasse e aqui me encontrasse.
É hora de voltar, o passeio terminou. Sinto atrás de mim um peso a me seguir não consigo olhar para trás, tenho medo. Sei que corro perigo e a certeza que se me pegarem estarei morta e nunca mais sairei daqui.
Penso tanto em você, sei que é loucura, pois você é o causador de tudo isso. Estou presa, acorrentada em todos os sentidos e sei que você sabe como me livrar de tanta dor, mas não quer, prefere ver-me sendo escrava de caprichos e vaidades sem fim.   
Os dias terminam sempre como começam, você no comando. Talvez seja tarde para que possas me perdoar, se é que fiz algo que tanto te fez mal. Teus caprichos e poderes são arbitrários capazes de me transformar em nada. Mas também sei que queres me manter viva, pois sou o teu alimento e dele precisas para também sobreviver.
Continuou aqui, não tenho para onde ir, fico a te esperar e com a ilusão que um dia viras me buscar, estou rasgada, dilacerada, sangrando, mas algo está em intacto. Você sabe do que falo. 

Texto de Francisca Uchôa Souza

domingo, 5 de abril de 2015

Dono

Ontem sonhei contigo. Foi um sonho um tanto assustador, deu medo. Estava em um local que parecia uma construção antiga,  ali também tinha outras pessoas e estávamos em uma visita ao local, dentre essas pessoas vi você. De repente escutamos uns estalos que viam debaixo do assoalho onde estávamos,  todos se assustaram, o barulho cresce. Percebo que muitos já se agarram no que podem e eu faço exatamente o mesmo.
Num piscar de olhos vemos o assoalho todo ser caído,  todos gritam e se seguram para não irem juntos, toda madeira do assoalho desaparece (era uma madeira linda de cores amarela e preta) e em seu lugar aparece um assoalho todo feito de uma tela de ferro na cor preta. Ficamos a observar, alguns se aventuram e se soltam para pisar no novo chão. 
Quando volto a mim, não sei como fui parar sentada em uma cadeira já em outra sala, algumas pessoas estão em volta de mim eu não entendo o que está acontecendo e do meio das pessoas surge você.  Não consigo nem respirar direito fico nervosa, você se aproxima de mim, chega bem perto, debruça-se sobre mim, e num movimento rápido com as mãos abre minha blusa e deposita uma delas e com olhar muito firme e assustador diz: "Salvei sua vida. Agora ela e seu coração pertencem a mim".
Acordei assustada, respiração profunda, o coração doía, sentia ainda sobre ele o peso da sua mão, fiquei sem saber se fora sonho ou realidade. Como você teve a audácia de chegar perto de mim e me tocar? Como você pode ter feito aquilo e ainda por cima dizer-me palavras tão fortes? Como? 
Olhei em volta de mim e percebo que estava em meu quarto em um ambiente seguro, precisava tomar um remédio para acalmar o coração que ainda sofria com o peso de sua mão. Procurei me acalmar, queria dormir novamente, mas tinha medo. Fiquei quieta e percebi que meu coração também havia encontrado a calma. Dormi. Já consciente que a ti pertencia e com medo viveria.

Texto de Francisca Uchôa Souza

sexta-feira, 20 de março de 2015

Não posso

                                                          
Não posso mais ter o teu amor.
É pecado. É perigoso.
A luz do dia vai se apagando e junto tento deixar ir minhas lembranças.
A noite vem chegando.
Trazendo com ela a escuridão e o frio e a solidão.
Sento diante a lareira e espero o fogo pegar forte e assim começar a madeira estalar, começa a madeira a ficar avermelhada e o fogo cresce dando ao ambiente um clima aquecido.
Aquieto-me, fico serena, meu corpo começa a receber o calor do ambiente, meu coração finge estar bem, mas bem sei que isso não é verdade.
Olho para a porta e por debaixo dela por uma pequena brecha não vejo mais os últimos raios do sol que minutos atrás ali estava. É a noite que chegou. Não estou mais só. Encosto-me a cadeira e fecho os olhos, tua imagem logo se instala em minhas lembranças.
À noite me trás sempre de volta tuas lembranças, a saudade é fato, marca presença, sufoca.
Teu rosto marcado pelo cansaço do dia, as atribulações, o cheiro do teu corpo o som da tua voz que entra direto em meu coração e deixa-me totalmente dominada. É você, presente, marcado, em minha vida em meu nada.
Quando você sorrir (coisa difícil de acontecer) ouço no ar da sala sua gargalhada leve e às vezes malvada, mas que é sua marca registrada.
O cheiro do teu corpo é muito forte, sinto teu perfume que já faz parte muito tempo do teu viver, meu corpo fica inquieto ele sabe o poder disso tudo e algo surpreende acontece.
Entrego-me totalmente a essa alucinação e em um passo de loucura jogo-me no chão.
O silêncio é cúmplice e em vasta paixão nossos corpos se entregam em grandes movimentos de sofreguidão, tua boca quente envolve meu pescoço, teu corpo já toma conta totalmente do meu e rolamos no tapete da sala, escuto forte um estalo, assusto-me, abro os olhos e percebo que tudo não passou de uma louca ilusão. Você se foi, ficaram apenas as vivas lembranças.
Coisas de um coração cheio de solidão.
Olho em direção à porta e vejo que ela de alguma forma abriu deixando a mostrada o negro da noite, levanto e dou alguns passos em direção a essa escuridão, tenho a impressão que junto com ela você segura meu coração me esperando.
Só impressão, na verdade nada além de uma lua pálida no céu que começa a brilhar, ali estar.
As estrelas que em sua volta, estas não param de piscar.
Solto um profundo respirar, meu peito arfa em lentidão, a noite vai ser longa, bem sei disso e meu coração também, talvez por isso esse arfar de que  jeito não tem não.
Fecho a porta e volto a sentar-me na esperança de que num piscar de olhos volte novamente a sonhar. Amo-te e é com você que quero sonhar.

Texto, desenho e postagem de Francisca Uchôa Souza.




sábado, 7 de março de 2015

Flores

Gosto de flores. 
São belas!
E por acha-las belas,
Prefiro vê-las fincada na terra.

                             -Uchôa Souza-

Texto,postagem e foto de Francisca Uchôa Souza. 

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Quem dera!

                                                        Quem dera!
Quem dera, poder te ter e em teus olhos olhar e dizer “te desejo”.
Quem dera poder correr agora para os teus braços e sentir eles em volta de mim apertando-me.
Quem dera poder colocar meu rosto repousado sobre o teu peito e ouvir teu coração batendo acelerado de tanta emoção.
Quem dera ouvir tua voz dizendo bem baixinho “só hoje, fica comigo”.
Quem dera poder te amar sem medo de pecar.
Quem dera poder viver sem medo de em ti pensar.
Quem dera um dia desses a gente se encontrar, assim, por acaso, se olhar e sem mais resistir se entregar.
Quem dera?

Texto e postagem de Francisca Uchôa Souza


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

"A Era do Ouro"- OS SAMURAIS DAS SELVAS - A presença japonesa no Amazonas

OS SAMURAIS DAS SELVAS – A presença dos japoneses no Amazonas
Em 1935, depois de realizarem um bem-sucedido processo de reformulação administrativa e reorientar as finalidades econômicas do projeto, com a direção dele extinguindo o colonato e instituindo o sistema de cooperativismo, a situação começa a se modificar favoravelmente para os que apostaram no empreendimento e permaneceram na localidade, pois, nesse momento, já se vislumbram sinais de sucesso econômico das primeiras experiências racionais do plantio de pimenta-do-reino em algumas fazendas da antiga colônia.
Tal façanha foi conseguida depois dos experimentos realizados pelo senhor Makinosuka Usui, que trouxe 20 mudas de piperáceas (pimenta-do-reino) adquiridas em Singapura, que, depois de cultivadas em sua fazenda, teve três de suas ramas aproveitadas com sucesso, que são logo conduzidas para as prosperidades dos senhores Enji Saito e Tomu Kato. Já nas propriedades desses cidadãos, essas ramas em razão dos devidos cuidados, prosperaram e produzem mais sementes que são distribuídas entre outros colonos, iniciando-se então a plantação em larga escala de pimenta-do-reino aclimatada  à região em Tomé-Açu.
Começa assim uma “Era de Ouro” para os habitantes dessa localidade, não apenas os japoneses, mas todos que participam e torcem pela prosperidade da região, como forma de provar que era viável e valeu a pena investir e acreditar no sonho.
# Do livro OS SAMURAIS DAS SELVAS – A presença dos japoneses no Amazonas
# Autor – AGUINALDO NASCIMENTO FIGUEIREDO
Páginas – 46 e 47

Senhor Tanio Oshikiri exibe a primeira muda de pimenta-do-reino do Brasil. Acervo: Associação Nipo-brasileira do Pará. # Foto copiada do livro Os Samurais das Selvas - A presença japonesa no Amazonas - Aguinaldo Nascimento Figueiredo

Plantação pioneira de pimenta-do-reino. Acervo: Associação Nipo-brasileira do Pará. # Foto copiada do livro Os Samurais das Selvas - A presença japonesa no Amazonas - Aguinaldo Nascimento Figueiredo 

Livro OS SAMURAIS DAS SELVAS - A presença japonesa no Amazonas - Aguinaldo Nascimento Figueiredo.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Maracanãs no Largo de São Sebastião - Manaus

Passeando outro dia no Largo de São Sebastião depare-me com uma cena bastante inusitada que fiquei bastante feliz. Eu que nasci e me criei e moro nesta cidade (Manaus) fiquei maravilhada com que vi, era um final de tarde e ao chegar ao na calçada do Teatro Amazonas vi que estava bastante movimentado por ali. Vários grupos de turistas estavam chegando e o movimento era grande, vozes de todos os lados, mas elas todas foram caladas por um um som forte de aves que ali estavam cortando o espaço em voos baixos e elegantes. A principio fiquei estarrecida e procurei logo ver o que estava acontecendo e percebi que eram dois casais de maracanãs ou ararinhas, periquitos, papagaio-de-cara-branca, essas aves tem vários nomes, segundo fiquei sabendo através do segurança que ali estava e viu minha emoção. Então lembrei que em dezembro passado antes do natal ali também estive e vi um casal dessas aves pousados em um dos óculos que existe na construção do Teatro Amazonas minha nora que comigo estava até registrou o momento.
Fiquei feliz como já falei e ganhei a tarde, eu que ali fui para matar a saudade do lugar ganhei de presente uma cena maravilhosa dessas aves voando em torno do Teatro Amazonas, não sei se elas estavam felizes vendo tanta gente ou se aqueles voos eram exibição de boas vindas para todos que ali estavam. Elas pousavam também em uma árvore que ali estar. Ainda questionei com um guardador e limpador de carros, pois o mesmo ficou enxotando as aves e gritando palavras de baixo escalão. Disse a ele que deixasse as aves em paz pois as mesmas estava em seu habitar, que era a árvore. Tirei uma foto da árvore, mas elas não saíram mais de lá.
Tomara que não façam com elas o que fizeram com os periquitos da avenida Efigênio Sales.
Nosso Majestoso Teatro Amazonas sendo homenageado pelo canto da natureza.

Texto de Francisca Uchôa Souza

O casal de pássaros citados no texto pousados no óculo do Teatro Amazonas e a árvore que citei. - Foto de Karina Rocha. 

Lateral do Teatro Amazonas, jardim do teatro, calçada do Largo de São Sebastião e construções que fazem parte do Largo.

Vista da frente do Teatro Amazonas, o monumento de abertura dos Portos que fica no Largo, detalhe do monumento, construções de casas no Largo e lateral do teatro. 

        Teatro Amazonas, Igreja de São Sebastião e vista ampla do largo  Fotos de Francisca Uchôa Souza.