quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Silêncio, nada e além...

Silêncio, nada e além...

Gosto do silêncio, mas faz tanto tempo que não o escuto, não o vejo e nem o sinto.
Escuto o silêncio quando dele vem à paz e nele está inserido o meu quietar.
Vejo o silêncio quando olho para o nada e nele vejo a tranquilidade do não me preocupar.
Sinto o silêncio quando escuto e o vejo em volta de mim e nada pode encostar.
 Ultimamente tem sido tempos difíceis e o nada se transformou em tudo.
Tudo que é visceral, e por isso, uma onda de barulho levou o silêncio para longe de mim. E hoje, os dias correm em meio a turbilhões de grandes e pequenas emoções, muitas vezes rasgando noites e entrando em algum silêncio perdido na madrugada, enquanto alguns dormem e outros ficam em busca do silêncio de sua alma.
Gosto da noite, aquela hora que você se ajeita em meios a lençóis e travesseiros, em um todo do seu amor e depois de tanto repuxa cá e lá, consegue se chegar e sentir que um pouco do silêncio do nada e da escuridão, juntos estão.
Não a escuridão da ausência da luz e sim dos descansos das almas. Ouvi falar que as almas gostam das sombras, das penumbras, do quietar. A minha gosta!
Almas que precisam sentir paz e até saudades. Saudades boas e também umas tristes.
A tristeza muitas vezes é preciso para lembrar-nos que é bom ter saudade de tudo que se foi e marcou quando por nós passou.
E mesmo sendo a saudade uma dor é bom sentir para saber que devemos sim, voltar, voltar para alguém ou para algum lugar de onde não deveríamos ter saído, mas foi necessário, foi preciso.
Uma vida que vive turbulências sabe ter fé e que um dia tudo vai passar e a paz junto com o silêncio um dia vão chegar a um novo tempo de começar.
Sonhar em descanso em meio o silêncio com o nada para temer com razões para viver.
Gosto do silêncio e quando o tenho fecho os olhos e entre nevoas e acalentos você aparece me fazendo tanto bem. O nada que também tanto gosto, junto vem, trazendo imagens e sussurros que se perdem no silêncio do além...


Texto e postagem de Francisca Uchôa Souza