quinta-feira, 2 de maio de 2013

Culturas e artes do pós-humano - da cultura das mídias à cibercultura

Culturas  artes do pós-humano - da cultura das mídias à cibercultra
Lucia  Santaella

O QUE É CULTURA
Cultura, em todos os seus sentidos, social, intelectual ou artístico é uma metáfora derivada da palavra latina cultura, que, no seu sentido original, significava o ato de cultivar o solo. Os sentidos conotativos de cultura não tardaram a aparecer. Cícero, por exemplo, já usava a expressão cultura anima, cultura da alma, identificando-a com a filosofia ou a aprendizagem em geral.
Que a analogia com o crescimento natural esteja no coração do significado de cultura não tem nada de arbitrário.  A cultura é como a vida. Sua tendência é crescer, desenvolver-se, proliferar, “porque é muito mais espessa a vida que se desdobra em mais vida, como uma fruta é mais espessa que sua flor” (João Cabra).
 São quatro os princípios que governam a vida: ela tende a se expandir como um gás para ocupar todo o espaço disponível; ela se desenvolve continuamente em nível de maior complexidade; quanto mais complexo o nível de sua organização, mais rapidamente a vida cresce. Esses mesmos princípios se aplicam à cultura.
Sua disposição para o crescimento é natural. Também como a vida quando encontra condições favoráveis ao seu desenvolvimento, a cultura se alastra, floresce, faz-se ostensivamente presente.
NA CULTURA TUDO É MISTURA
Outra importante metáfora para a compreensão da cultura, menos biológica do que a da vida é a metáfora da mistura. Se a mistura é o espírito, como dizia Paul Valéry, e a cultura é a morada do espírito, então cultura é mistura. Embora se apresente como uma simples brincadeira silogística, aí está enunciada uma condição fundamental para se entender o que está acontecendo com a cultura nas sociedades pós-industriais, pós-modernas, sociedades globalizadas deste início do século. Não é outra coisa senão a ideia de mistura que anima o livro Culturas híbridas com que Nestor Garcia Canclini recebeu o prêmio de melhor livro sobre a América Latina no período 1990-1992. De lá pra cá, a realidade não apenas vem confirmando, mas intensificando os diagnósticos de Canclini. Págs., 29,30.
# Do Livro CULTURAS E ARTES DO PÓS-HUMANO – Da cultura das mídias à cibercultura
# LUCIA SANTAELLA
 
Postado e foto de Francisca Uchôa Souza

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Manuscritos encontrados em Accra - Paulo Coelho


Manuscritos encontrados em Accra - Paulo Coelho

Pode uma folha, quando caída da árvore no inverno, sentir-se derrotada pelo frio? A árvore diz para a folha: “Este é o ciclo da vida. Embora você pense que irá morrer, na verdade ainda continua em mim. Graças a você estou viva, porque pude respirar. Também graças a você senti-me amada, porque pude dar sombra ao viajante cansado. Sua seiva está na minha vida, somos uma coisa só”.
“Pode um homem que se preparou durante anos para subir a montanha mais alta do mundo sentir-se derrotado quando chega diante do monte e descobre que a natureza o cobriu com uma tempestade? O homem diz para a montanha: Você não me quer agora, mas o tempo vai mudar e um dia poderei subir até seu topo. Enquanto isso, você continuará aí me esperando”.
Pode um jovem, quando é rejeitado por seu primeiro amor, afirmar que o amor não existe? O jovem diz para si mesmo: ”Encontrarei alguém capaz de entender o que sinto. E serei feliz pelo resto de meus dias”.
Não existe nem vitória nem derrota no ciclo da natureza: existe movimento.
# Do livro MANUSCRITOS ENCONTRADOS EM ACCRA
 

Postado por Francisca Uchôa Souza

Clarice Lispector

Não venha me falar de razão.
Não me cobre lógica. 
Não me peça coerência. 
Eu sou pura emoção. 
Tenho razões e motivações próprias.
... Sou movido por paixões. 
Essa é minha religião e minha ciência. 
Não meça meus sentimentos. 
Nem tente compará-los a nada...
Deles sei eu.
Eu e meus fantasmas.
Eu e meus medos.
Eu e minha alma...
Odeio quem rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia.

 

Postado e foto de Francisca Uchôa Souza



segunda-feira, 29 de abril de 2013

Uma aventura na ópera - Aventuras da Raposa Astuta.


Aventuras da Raposa Astuta

Com um cenário bastante colorido, iluminado, alegre, com a presença de várias crianças tanto no palco como na plateia, estreou ontem dia 28 de abril no Teatro Amazonas a Ópera Aventuras da Raposa Astuta do compositor tcheo Leos Jeinácekdek inspirado no conto de Rudolf Tesnohlídek. O cenário e o figurino ficaram sobre a responsabilidade de Rosa Magalhães (mais que campeã do Carnaval do Rio de Janeiro) que ficaram lindos, dando vida a um mundo de magia e fantasia, luz, brilho.
A história da Raposa Astuta é passada em uma floresta cheia de animais de vários tipos; de sapo, a borboletas, mosquitos e morcegos... Conta à história de uma raposa que é aprisionada por um caçador que a leva para sua casa e a prende no quintal junto com o cachorro da família. O tempo vai passando e a raposa vive infeliz, até que um dia resolve fugir roendo a corda que carrega no pescoço. Briga com o galo e mata algumas galinhas mais acaba ganhando sua liberdade. A história fala de sentimentos e valores tanto no mundo animal como no mundo dos humanos. Um conto, uma história de fantasia. A raposa encontra na floresta o Sr. Raposo e com ele casa e acasala, nascendo vários filhotes e a vida continua, até que um dia, um caçador modifica a rotina da floresta. O conto mostra para todos os ciclos da vida, a continuidade dela o caminhar que não para, o renovar.
A música encanta hora suave, hora suspense, hora vibrante, hora calma, serena... Sobre a regência do maestro Marcelo de Jesus que conduziu e fez um belo espetáculo.
BRAVO! BRAVO! BRAVO!

 
 
Escrito e postado por Francisca Uchôa Souza