terça-feira, 16 de junho de 2009

Festas Junina.


Ainda lembro como se fosse ontem, das Festas Juninas do meu tempo de criança. Era maravilhoso quando chegava o mês de junho, entravamos geralmente de férias e curtíamos todas as festas do mês; Santo Antônio (12), São João (24), São Pedro (29).
As datas continuam as mesmas, mas as festas mudaram consideravelmente, não se vê mas as fogueiras (só as artificiais, aquelas que colocam uma luz enfeitas com papel selofone), os foguetes continuam, como continua as comidas típicas. Mas a alegria é diferente,não tem mais inocência.
Lembro que quando chegava o mês de maio meu pai começava a guardar as caixas de sabão em pedra e as de óleo, (todas eram naquele tempo, de madeira). Quando chegava as datas ele fazia uma fogueira me dava foguetes (todos sem grande riscos), e eu ia comemorar com meus amigos.
Eram brincadeiras boas e inocentes. Tinha quadrilhas, dança na roda, bois. Às vezes acompanhávamos alguns bois que passavam em nossa rua, e isso era quase sempre, o Boi Corre-Campo, tinha seu curral perto de minha casa. Uma vez meu pai contratou sua apresentação em nossa casa, foi maravilhoso.
Fazíamos adivinhações e comíamos deliciosas comidas. Na casa de minha professora de aulas particulares "Dona Maria Rosa", ela sempre fazia a festa do dia de São João, nossa! Era uma festa de grande alegria. Tinha brincadeiras variadas, mas tinha uma que era mais destacada e esperada, era a de Colocação do Rabo no Burro, o prêmio do Acertador, era o melhor.
Bebíamos refrescos de; groselha, limão, abacaxi, picolé,... Bolo de macaxeira, bolo podre, banana frita, pipoca... Hum, hum!
Que saudades, mas que bom que eu posso lembrar disso tudo. Hoje eu gosto do Festival Folclórico de Parintins, nunca fui lá, mas curto pela TV e torço pelo os dois (apesar de meu coração bater mais rápido pelo Azul), na cidade eu continuo amando o Corre-campo.
E as festas continuam, não importa as mudanças, afinal tudo tem seu tempo e sua evolução.
### A foto acima é do Boi Corre-campo no passado.

Texto de Francisca Uchôa Souza.

Floresta desmatada.


Ao me virar, vi a parede coberta por um painel pintado com araras. Imensas, sobrevoavam um amontoado de torres de vidro e concreto no horizonte desmatado.A visão alucinada e grotesca da floresta, e talvez do futuro, me arrepiou.

###Trecho do livro, CINZAS DO NORTE - pág,264. Milton Hatoum.


Postado por Francisca Uchôa Souza.

domingo, 14 de junho de 2009

Astronauta Negligenciado.


Fomos a lua, estamos nos preparando para ir mais além, Marte.
Descobrimos horizontes, e temos a capacidade de ir bem fundo, lá descobrimos seres que não precisam de oxigênio para viver.
Inventamos máquinas. Máquinas para quase tudo.Fazemos até cirurgia via "on line", que maravilha!
Salvamos vidas!
Evoluímos, evoluímos...
No meio disso tudo existe ainda um perigo -ou vários, invisível, às vezes voando a nossa volta, presente, mostrando o quanto ainda somos vulneráveis com todas as nossas descobertas.
É incrível. E se não fosse um perigo real e imediato, diríamos que é apenas uma dessas histórias de filme classe "Z".
Mas não é. Nesse exato momento que faço essa postagem, alguém deve está contraindo a N1H1 -nome científico, para a gripe suína.
E ela já é considerada como uma Pandemia.
Já falam em cura,uma vacina já está sendo testada na Suíça. O Brasil também está se empenhando na pesquisa e acaba de isolar o vírus e descobrir a capacidade que o mesmo tem de
mutação. Agora basta esperar a resposta da OMS e o Instituto Butantã fabricará vacina. Claro que isso não é do dia para noite. Esperamos resultados.
Enquanto isso, a luta continua e é desigual:
Cientistas X Pragas = Doenças.
Pessoas que são picadas pelo mosquito da Malária só percebe o mal depois de 10 a 15 dias e nisso a doença já se instalou e a"festa começou".
Tuberculose é uma doença que não é testada com novos remédios. Até hoje é tratada da mesma forma. O doente leva 6 meses em um tratamento cansativo, (por isso muitos abandonam o tratamento, fazendo com que a doença se fortaleza mais).
Os laboratórios não se interessam em investir em remédios para tais doenças, pois não dão lucro.
Resta para os governantes inverti em políticas mais eficientes na saúde da população que vive e luta contra; tuberculose, malária, dengue e outras...
A demanda de doentes é maior que os remédios. Ganham as doenças.
Doenças negligenciadas, doentes também. Resta enfermidade global.
Doenças antigas e bem conhecidas do homem. Mas que continuam matando, matando quase sem controle.
Este ano já morreram várias pessoas de dengue e até presente momento já morreram 101 pessoas no mundo da gripe suína (H1N1). Mundo esse que agora é GLOBALIZADO.
O homem que sobe, desce, não consegue por fim em um mosquito que é menor que sua unha do seu dedo indicador que aperta os botões que o leva a Lua, a Marte.
Exterminar o mosquito é o meio que foi encontrado para encobrir a falta de medicamentos eficazes contra esses males.Eles já estavam aqui antes de nós.
Além do governo fazer sua parte, -mesmo que seja pequena. Temos que que cuidar melhor de nossos quintais e jardins, limpeza é a receita preventiva.
O Brasil tem investido em pesquisas, no ano passado foi gasto 18 milhões, mesmo assim ainda sofremos com tais doenças que rodam nossas cabeças.
A luta continua e haverá um dia que esse Astronauta  ganhará não mais só o Universo, mas também da Negligência.

Texto de  Francisca Uchôa Souza.