sábado, 12 de outubro de 2013

O Julgamento

Pairando diretamente acima do altar-mor erguia-se um Jesus Cristo de mais de 8 metros, sentado, julgando os redimidos e os condenados.
À direita de Jesus, os justos recebiam a recompensa da vida eterna.
À esquerda, porém, os pecadores eram apedrejados, assados em espetos e devorados por toda a sorte de criaturas.
Retratado em colossal mosaico na forma de uma criatura infernal e devoradora de homens, Satã supervisionava a tortura. Langdon sempre se encolhia ao ver aquela figura, que, mais de setecentos anos antes, havia pairado acima do jovem Dante Alighieri, aterrorizando-o e, mais tarde, vindo a inspirar seu vívido retrato daquele que habitava o último círculo do Inferno.
O assustador mosaico acima deles retratava um demônio chifrudo em pleno ato de devorar um ser humano pela cabeça. As pernas da vítima pendiam da boca de Satã de um jeito que lembrava os pecadores enterrados até a cintura, com as pernas se debatendo no ar, do Malebolge dantesco. 
Lo ´mperador del doloroso regno, pensou Langdon, relembrando o texto do poeta. O imperador do reino de agonia.
Duas serpentes enormes e rastejantes brotavam de dentro das orelhas de Satã para também devorarem pecadores, o que dava a impressão de que a criatura demoníaca tinha três cabeças, exatamente como Dante descrevia no último canto do seu Inferno.   
 
Do livro INFERNO de DAN BROW - págs. 228 e 229

Postado por Francisca Uchôa Souza.
 Foto- pesquisa do Google.


 
 
 

A Igreja de Dante.


A Igreja de Dante, o santuário da Chiesa di Santa Margherita dei Cerchi é mais uma capela do que uma igreja. O pequeno local de oração de um só aposento é um destino popular entre fãs do poeta, que o veneram como o solo sagrado no qual transcorreram dois momentos cruciais de sua vida.
Reza a lenda que foi naquela igreja, aos 9 anos, que Dante viu pela primeira vez Beatriz Portinari, por quem se apaixonou à primeira vista e por quem sofreu a vida toda. Para grande agonia de Dante, Beatriz se casou com outro homem e depois morreu muito jovem, aos 24 anos.
Foi também naquela igreja, alguns anos depois, que Dante se casou com Gemma Donati, mulher que, segundo o escritor Boccacio, se mostraria uma péssima escolha como esposa. Apesar de ter tido filhos, o casal dava pouca mostras de afeto e, após o exilio de Dante, nenhum dos dois cônjuges demonstrou grande interesse em se reencontrar.
O amor da vida de Dante sempre fora a falecida Beatriz Portinari, moça que o poeta mal conhecera, mas cuja lembrança, de tão avassaladora, fez do seu fantasma a musa inspiradora das maiores obras do florentino.
O célebre livro de poemas de Dante – La Vita Nuova – é repleto de versos lisonjeiros sobre “a abençoada Beatriz”. De forma ainda mais reverente, A Divina Comédia alça sua musa à condição da redentora que o guia pelo Paraíso. Em ambas as obras, o poeta anseia por sua amada inalcançável.
Hoje em dia, a igreja de Dante é o templo para quem sofre com um amor não correspondido. A própria Beatriz está sepultada dentro da igreja e seu modesto túmulo se tornou um local de peregrinação tanto para os fãs do poeta quanto para os que trazem no peito um coração partido.
 Do livro INFERNO - DAN BROW - págs. 213 e 214 - #Fotos tiradas da pesquisa no Google.
Postado por Francisca Uchôa Souza.


Túmulo de Beatriz Portinari.

Encontro de Dante com Beatriz.

Beatriz - pintada por Gabriel Rossetti em 1864

Igreja de Dante