quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Exílio

Sinto-me totalmente exilado. 
Sento diante a janela de meu quarto, do qual não quero sair.
Sair pra quê? Pra onde? Fazer o quê?
Essa privação que minha alma sente e meu corpo sofre desde o dia que resolveste ir embora, é penosa e massacrante, dia a dia, em todos os quartos de horas até o ciclo completar de um dia sem você.
Todos os dias que ti procuro e não acho, é um tormento.
Até as coisas que amava além de ti, se foram, morreram e em luto ficou minha alma que para ter um pouco de pausa dessa dor lastimável lembra-se do ultimo sorriso teu.
Estou mudo, sem rumo, sem prumo, com medo do mundo, de um mundo sem você que sempre foi a razão do meu viver, a alegria que todos os dias nascia quando te via em constante prazer.
Sinto-me exilado, de ti, de mim.
O vazio que minha alma sente é tanta que não consigo ver o tamanho dessa montanha que se chama solidão.
O exílio só não se torna pior porque todos os dias busco em todos os cantos de minha pequena e machucada alma a esperança de qualquer momento ter noticias tuas.
Sei bem o que fizeste e tu bem sabes o efeito que isso me casou.
Agiste com crueldade e dureza na decisão de se separar de mim e sumiste sem deixar ao menos um adeus.
Lembro ainda o último dia que ti vi, era um dia de festa e felicidade e eu sem saber te beijei e amei.
Quando novamente te busquei não mais te achei, já tinhas ido, no silêncio, na surdina, na calada da noite, num descuido meu.
Saíste como um ladrão, sem culpa, sem perdão, depois de roubar.
Roubaste não só minha vida, levaste minhas esperanças de um dia ser feliz contigo.
O que faço agora? Sem te, sem mim!
Dou queixas a quem? A vida? Ao amor? 
Não adianta, esses também foram roubados, magoados, deixados para trás...
Tudo de bom que vivemos tu levaste. Não sei pra quê? Afinal, apenas a mim interessava, já que tu não quiseste permanecer com a gente aqui, reunidos em um grande viver.
Nunca pensei que um dia tu fizeste isso comigo, que tanto te amei e só amei.
O exílio é doloroso, mas a louca esperança ainda insiste a dizer-me que um dia tu vais voltar, nem que seja pra dessa vez tu olhando em meus olhos dizer: adeus! 

Escrito por Francisca Uchôa Souza