quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Subindo ao Céu

Subindo ao Céu
Era madrugada de quarta-feira de cinzas de 1915. O baile acontecia no Ideal Clube que naquela época localizava-se nas ruas Henrique Martins e Eduardo Ribeiro. Era um baile a fantasias e Ária Ramos estava presente com sua alegria e beleza. Com 18 anos, Ária tocava violino, era considerada uma moça à frente de sua época em uma sociedade de padrões recatados e pudores.

Ária tinha costumes e atitudes fora dos padrões de sua época. Gostava de frequentar lugares que muitas vezes eram apenas para homens, sentia-se livre.

Ária tinha outra duas irmãs; Celeste e Patrícia, sendo Ária a mais nova.

Sua fantasia no baile era de “Diana” a deusa grega da caça.

Seu coração era disputado por dois rapazes: Mário Travasso com quem havia rompido o namoro recentemente.
Mário tinha 16 anos, o outro rapaz era Idílio Barroco seu novo pretendente que tinha 25 anos.

Todos estavam no baile. Durante a festa ária foi convidada a tocar a valsa “Subindo ao Céu”.

Existem contradições sobre a tragédia, alguns dizem que foi durante a execução da valsa que Ária foi atingida pela bala. Já outras versões afirmam que ela já estava sentada conversando quando foi atingida tragicamente.

O fato é que Ária foi mortalmente ferida. Falecendo horas depois em um hospital local às 05:00hs da manhã do dia 18 de Fevereiro. Quanto aos culpados ou culpado existem relatos também diferentes. Uns dizem que foi Mário Travasso que estava com de Idílio Barroco sendo considerado culpado e preso.

Outros jornais relatam que Mário encontrou a arma em uma bolsa de Idílio no momento que procurava por suas luvas que estavam escondidas e que o tiro foi acidental.
Ária foi sepultada no cemitério São João Batista onde até os dias de hoje encontra-se uma estátua que ornamenta seu túmulo. Há relatos que Idílio Barroco morreu louco afirmando que ouvia Ária tocar “Subindo ao Céu”.

Texto pesquisa e foto de Francisca Uchôa Souza.







quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Estar só.

Estar só
Pode querer dizer muita coisa.

Pode ser tão agradável como estares sentado no teu cantinho favorito a leres um bom livro.

Ou quando vais dar um passeio para pensares tranquilamente em alguma coisa que procuras compreender.

Nesses momentos não te sentes só ainda que não tenhas ninguém à tua volta.

Mas às vezes mesmo rodeado de gente podes sentir-se só.

Quando ninguém te conhece ou quando não escutas ninguém então te sentes só.

E a solidão é como um quarto vazio dentro de ti, um quarto frio e silencioso.

Mas o pior de tudo é queres companhia e não saber procurá-la.

É como se acordasses numa cama estranha e não soubesses onde estavas.

Mas talvez encontres alguém ou alguma coisa que te diga que os outros se interessam por ti.

Há muitas pessoas que se sentem sós.

Pode ser alguém, que veio de outro país ou que seja velho ou que não tenha nenhum amigo ou que sinta medo.

Pode ser alguém que conheças sem  que te tenhas apercebido.

Pode ser alguém que tenha dentro de si um quarto frio para tu aqueceres.



Postado e foto por Francisca Uchôa Souza




segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sete gatos pingados..

Escrever sobre esse assunto é um tanto complicado pra mim. Até agora fico um pouco constrangida e decepcionada. Já se passaram alguns meses desde o dia que o fato aconteceu, fiz de tudo para esquecer, até fingi que era mais uma dessas histórias que você escuta em fila de banco ou nas salas de consultórios médicos. Essas histórias sempre são com outras pessoas e você apenas fica sabendo. Mas que nada, o tempo passou, mas a decepção não. Então resolvi colocar no papel, ou melhor escrever como uma forma de desabafar, quem sabe assim logo passa e eu esqueço que participei e mais uma vez aprendi que “de perto ninguém é normal”. Ou melhor, não somos deuses (mesmos as pessoas que acham que são).
Tudo começou quando decidi participar de uma palestra sobre Literatura Amazônica que seria proferida por um escritor bastante conhecido até mundialmente, tendo várias obras publicadas e algumas até transformadas em sucessos de televisão.
Fiquei entusiasmada com a oportunidade de ouvir sobre literatura que é um assunto que tanto gosto, ainda mais com uma pessoa que eu pensava que era “cabeça pensante “sendo assim, sem preconceitos e arrogâncias.
A loja que estava promovendo o evento é uma loja bem conceituada no mercado de nossa cidade e sou cliente já de longa data, sempre promove vários eventos. Fiz a inscrição e recebi a resposta positiva para participar e fiquei na espera do grande dia.
Lembro que a data concedia com uma consulta medica minha e eu tratei de logo resolver este problema (mudei a consulta), fiquei esperando a palestra com ansiedade.
O dia chegou!Arrumei-me e fui para o Shopping toda feliz, pensando em adquirir mais um pouco de conhecimento e conhecer mais algumas pessoas. Cheguei um pouco cedo pra poder conhecer o ambiente onde seria a palestra. Aproveitei e fui ver livros na loja e comprei até um.
O tempo começou a passar e percebi que não chegava mais gente e nem o palestrante. O tempo lá fora estava chuvoso (vai ver é isso – pensei).
Depois de mais um tempo olhei o relógio e nada, nem mais pessoas e nem palestrante. Quando já havia passado quase uma hora, o palestrante chegou. Eu estava sentada juntamente com as outras seis pessoas (isso, éramos sete pessoas, parece conta de mentiroso, mas é verdade) e vi claramente o ar de decepção dele (o escritor) e também notei que ele fechou o semblante (mais ainda, pois no real ele tem o semblante bem fechado).
Eu sabia quem era o escritor, uma senhora ao meu lado comentou:
- Será que ainda vai ter palestra?
- O escritor ainda não chegou!
- A senhora já viu ele? -perguntou a senhora dirigindo-se a mim.
E eu respondi a ela que ele já havia chegado. Ela ficou quieta e calou-se.
Ele (o dito escritor) ao adentrar a sala, foi recebido pela moça que o aguardava e estava organizando o ambiente juntamente com o rapaz do som e imagem.
Foi quando comecei a escutar uma conversa que jamais imaginei que iria ouvir. O escritor começou a reclamar que não tinha “ninguém” para recebê-lo. Questionou a ausência do gerente da loja e que ele (o escritor) não iria falar pra um punhado de “gatos pingados”.
Disse pra moça:
- Minha filha, você sabe quem eu sou?
- Você sabe pra quantas pessoas eu já falei?
- Eu já viajei pra a Europa, Estados Unidos, o mundo quase todo.
E repetiu - “não vou perder meu tempo aqui”.
Nossa! Foi um babado fortíssimo, fiquei arrasada e passada com toda aquela cena. Tem mais, ele não falou baixo e nem teve critérios de ética. Quando o celular dele tocou e ele atendeu falou com a pessoa e disse que estava em tal lugar pra fazer uma palestra, mas que ele não ia perder tempo com “sete gatos pingados”. E falando aborrecido disse: - Vou embora!
E foi! Saiu e não disse nada. Não se despediu, nem deu uma explicação para nós, “sete gatos pingados”, mas que estavam ali pra conhecê-lo, aprender e quem saber tornar seu seguidor nas leituras. Eu fiquei ruim. Sabe quando teu mundo vem abaixo. Pois é, foi assim pra mim. Veja bem, eu não estou super valorizando o escritor e subestimado a nós, que ali se encontravam e esperávamos passar uma boa tarde.
Afinal, não tínhamos culpa de nada e sofremos aquela humilhação e desprezo.
Bom, todos foram embora. As outras pessoas (que eram pessoas de mais idade, senhores e senhoras) não disseram nada houve só comentários entre eles.
Eu saí da loja triste e com um gosto amargo no estômago (fiquei enojada). Desci o primeiro lance das escadas, mas minha cabeça fervilhava, eu não achava aquilo certo alguém tinha que saber do ocorrido e fazer algo. Voltei à loja e peguei uns papéis para registrar o fato.
Enquanto eu registrava o gerente da loja apareceu e conversou comigo. Eu desabafei e pedi que a loja tivesse mais cuidado com os eventos promovidos por ela. Ele desculpou-se e falou que deixasse a queixa registra na caixa de sugestão da loja. Eu deixei.
Lição que tive com isso, DE PERTO NINGUÉM É NORMAL.
Eu sei que o escritor é SER HUMANO como qualquer um de nós, só que ele que se diz uma pessoa viajada e que já falou pra CENTENAS E CENTENAS de pessoas, teria que ser uma pessoa equilibrada e ética. Em minha opinião quem fala pra mil, fala pra cem, fala até pra “SETE GATOS PINGADOS” e seria respeitoso com eles. Foi o que faltou. Respeito.

Texto de Francisca Uchôa Souza


"SER FELIZ"

Ser feliz é maravilhoso!
É como ter um balão dentro de ti.
E o balão está cheio de ar quente tu ficas mais leve e quase a voar.
Às vezes podes ser feliz quando estás só.
Quando a Primavera chega de repente e tu navegas no primeiro barco à vela do ano.
Ou quando caem os primeiros flocos de neve do inverno.
E tocam docemente a tua cara molhada.
Quando começas a pensar em alguém que gosta de ti.
Ou quando um amigo defende o que tu disseste ou fizeste.
Às vezes sente-se feliz juntamente com os outros.
Quando estiveste longe e houve alguém que esteve à tua espera.
Ou quando uma pessoa diz um segredo que só nós sabemos.
Quando sentado quieto junto de outra pessoa compreendes como ambos são amigos.
És feliz, quando consegues finalmente fazer alguma coisa que devias fazer mas não ousavas.
Mas ficarás mas feliz do que nunca quando tornares feliz outra pessoa.
Quando visitares alguém que está sozinho e tiveres tempo para ficar lá muito tempo.
Ou fizeres alguma coisa por alguém que foi duramente magoado.
Então o balão sobe redondo de alegria e voa até tocar as mãos de Deus.

###Não sei de quem é o texto(?)

Postado e foto de Francisca Uchôa Souza 

domingo, 30 de janeiro de 2011

"FELICIDADE"

Felicidade não é verão.
Mas é um dia de sol radioso depois de um longo tempo de chuva.
Felicidade não é conquista.
Mas é dares o melhor de ti próprio em cada coisa que fizeres.
Felicidade não é êxito permanente.
Mas é conseguires fazer aquilo que julgavas não seres capaz.
Felicidade não é ter tudo.
Mas é saber querer alguma coisa.
Felicidade não é bravura.
Mas é a coragem de fazeres o que sentes que tens de fazer.
Felicidade não é a glória.
Mas é teres alguém junto de ti quando te sentes só e desanimado.
Felicidade não é aquilo que já realizaste.
Mas o que tens para realizar.
Felicidade é teres confiança em ti próprio e sentires pelos outros o mesmo que sentes por ti.

Postado e arte de Francisca Uchôa Souza