quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Grito

O GRITO
D. Pedro, tremendo de raiva, arrancou de minhas mãos os papéis e, amarrotando-os, pisou-os e deixou-os na relva. Eu os apanhei e guardei. Depois, virou-se para mim e disse:
- E agora, padre Belchior?
Eu respondi prontamente:
- Se Vossa Alteza não se faz rei do Brasil será prisioneiro das cortes e, talvez, deserdados por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação.
D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros, em direção aos animais que se achavam à beira do caminho. De repente, estacou já no meio da estrada, dizendo-me:
- Padre Belchior, eles o querem, eles terão sua conta. As cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e brasileiro. Pois verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal.
Respondemos imediatamente, com entusiasmo:
- Viva a Liberdade! Viva o Brasil separado! Viva D. Pedro!
O príncipe virou-se para seu ajudante de ordens e falou:
- Diga à minha guarda que eu acabo de fazer a independência do Brasil. Estamos separados de Portugal.
O Tenente canto e Melo cavalgou em direção a uma venda, onde se achavam quase todos os dragões da guarda.
Pela descrição do padre Belchior não houve sobre a colina do Ipiranga o brado “INDEPENDÊNCIA OU MORTE”, celebrizado um século e meio mais tarde pelo ator Tarcísio Meira, no papel de D. Pedro em um filme de 1972. O famoso grito aparece num outro relato, do alferes Canto e Melo registrado bem mais tarde, quando o acontecimento já havia entrado para o panteão dos momentos épicos nacionais. A versão do alferes, de tom obviamente militar, mostra um príncipe resoluto e determinado. Por ela, d. Pedro teria lido a correspondência e, “após um momento de reflexão”, teria explodido, sem pestanejar:
- É tempo! Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!

### Do Livro 1822 de LAURENTINO GOMES. Págs. 36 e 37

Postado por Francisca Uchôa Souza

Hino Nacional

HINO NACIONAL

Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida",
“Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva 

Postado por Francisca Uchôa Souza

A Letra do Hino Nacional

A LETRA DO HINO NACIONAL
O atual poema de Joaquim Osório Duque Estrada é a terceira letra da melodia de Francisco Manuel da Silva. A primeira foi feita por ocasião da abdicação de D.Pedro I e cantada pela primeira vez no dia 13 de abril, festejando a partida da família imperial para Portugal. Essa letra, aliás, ruim e de acerbas críticas aos portugueses, é atribuída a Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva.
Ignora-se o nome do autor da segunda letra, feita para festejar a coroação de D. Pedro ll, em 1841. Sabe-se, porém, que o autor anônimo fez apenas uma adaptação da primeira letra, para bajular D. Pedro ll.
Como se vê, nem a primeira nem a segunda letras eram dignas da imortal melodia da Francisco Manuel da Silva.
Felizmente, em 1909 o poema de Joaquim Duque Estrada entrou em discussão no Congresso em forma de Projeto de Letra para o Hino Nacional. O poema, porém, que sofreu mais tarde modificações por parte do próprio autor, foi declarado Letra Oficial do Hino nacional somente em 1922, quando o país se preparava para comemorar o centenário de sua independência.

### Texto tirado do Livro HINOS E CANÇÕES DO BRASIL, de AVELINO A. CORREA, pág. 11
Postado  e foto de Francisca Uchôa Souza

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O HINO

O Hino
O hino representava para os povos antigos uma homenagem feita em forma de poema para celebrar os deuses e os heróis. É ao mesmo tempo um cântico e um poema de evocação, como de inovação, quando nas igrejas e para fins de adoração sacra. No caso das nações, trata-se de uma composição musical acompanhada de versos que homenageia e representa a Pátria.
O Hino do Amazonas foi instituído por Lei nº 1.404, de 1.º de setembro de 1980, após a existência informal de vários outros, executados com esta prerrogativa. Resultou de um concurso público.
A música é do maestro amazonense Claudio Santoro e a letra, do poeta Jorge Tufic Alaúzo
.
### Texto tirado do livro (cartilha manual), SÍMBOLOS DO AMAZONAS, pág. 23, de Robério Braga.


Postado e foto de  Francisca Uchôa Souza

HINO DO AMAZONAS

HINO DO AMAZONAS

Letra-Poema: JORGE TUFIC

MÚSICA: CLAUDIO SANTORO

Nas paragens da história o passado
é de guerras, pesar e alegrias,
é vitória pousando suas asas
sobre o verde da paz que nos guia.
Assim foi que nos tempos escuros
da conquista apoiada ao canhão,
nossos povos plantaram seu berço,
homens livres, na planta do chão.
Estribilho
Amazonas, de bravos que doam,
sem orgulho nem falsa nobreza,
aos que sonham, teu canto de lenda,
aos que lutam, mais vida e riqueza.

Hoje o tempo se faz claridade,
só triunfa a esperança que luta,
não há mais o mistério e das matas
um rumor de alvorada se escuta.
A palavra em ação se transforma
e a bandeira que nasce do povo.
liberdade há-se ter no seu pano,
os grilhões destruindo de novo.
Estribilho
Amazonas, de bravos que doam,
sem orgulho nem falsa nobreza,
aos que sonham teu canto de lenda,
aos que lutam mais vida e riqueza.

Tão radioso amanhece o futuro
nestes rios de pranto selvagem,
que os tambores da glória despertam
ao clarão de uma eterna paisagem.
Mas viver é destino dos fortes,
nos ensina, lutando, a floresta,
pela vida que vibra em seus ramos,
pelas aves, suas cores, sua festa.

Estribilho
Amazonas, de bravos que doam
sem orgulho nem falsa nobreza,
aos que sonham, teu canto de lenda,
aos que lutam, mais vida e riqueza.

### Copiado do livro(cartilha, manual)SÍMBOLOS DO AMAZONAS, pág. 24 e 25 - de Robério Braga.

Postado e foto der Francisca Uchôa Souza