quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sou eu ll

Já fui bebê.

Já fui criança.

Fui pré-adolescente, em uma época que nem se falava nisso.

Fui adolescente, rebelde, sonhava com um mundo cor -de- rosa.

Apanhei.

Fui jovem, o sonho continuou.

Fui cocotinha.

Tinha pelos dourados e andava de barriguinha de fora, mostrando o umbigo.

Fui apaixonada, outros se apaixonaram por mim.

Chorei, e pode não parecer, mas fiz alguém chorar.

Sonhei, fiz sonhar.

Desejei, fui desejada.

Fiquei adulta.

Briguei por aquilo que eu queria.

E ainda brigo.

Dancei discoteca na melhor época.

Usei Lee, fumei (nunca drogas), bebi cerveja e até uisque vagabundo.

Amei todos meus amigos, e alguns deles ainda estão comigo,

no meu coração, nas minhas lembranças. Presentes.

Aí conheci o amor.

Aquele que você olha e diz "é esse que eu quero pra ter e cuidar da minha prole".

É. Segurança e continuidade da espécie.

Casei!

Veio a família e com ela:

compromissos, responsabilidades, brigas, amor, respeito, sonhos, pesadelos, medos, alegrias, felicidade, saúde, doenças, filhos, lutas.

E agora netos! Continuidade...

Eu que fui bebe, criança, pré adolescente, adolescente, jovem, adulta.

E hoje mãe e vó.

Estudei e me formei, mas decide ser mãe e agora vó. E a luta continua...

Hoje tenho projetos, e quando realizados se alguém quiser festejar comigo ficarei muito feliz em dividir o momento.

Todos que coloquei no mundo, ensinei, eduquei, mostrei caminhos, e espero a que cada um tenha seu momento de realização. Se precisarem de mim se for possível vou ajudar. Amo minha família e faço minha parte e espero...

Um depoimento de alguém que não tem vergonha ou medo de dizer o que foi e o que  é.

Hoje sempre digo pro meu neto Gabriel (que está mais próximo de mim):

"Gabriel, quando você estiver maior e alguém frescar(desculpe o palavrão) com você diga como a vovó fala - EU SOU EU. E O BOI  NÃO LAMBE. E SE LAMBER EU CORTO A LÍNGUA".

Hoje em dia o que vier é lucro.

Texto de Francisca Uchôa Souza

Sou eu l

“Sou cozinheira, arrumadeira, lavadeira (com máquina) passadeira (às vezes) pinto, costuro, conserto, babá, professora, enfermeira, doutora, conselheira, esposa, mulher, companheira, amiga. Sou mãe, sou vó, e nas horas vagas sou amada, amante (do marido) e rezo para que tudo dê certo. Sou eu!”
Texto de Francisca Uchôa Souza