quinta-feira, 21 de março de 2013

Aniversário de morte de J.G. Araújo - Razão e Coração


Aniversário de morte de  J.G.Araújo.

No dia 21 de março de 1940, faleceu J.G.Araújo, já passaram 73 anos de sua partida. Em nossos corações ficou a saudade e a lembrança de um homem digno de ser sempre lembrado. Sua luta, suas vitórias, seus sonhos e sua vontade de vencer, estão quase todos os presentes no dia a dia da nossa cidade. Muitas e muitas benfeitorias foram feitas aqui, por essa razão não é possível esquecer um homem da sua magnitude. Quero apenas lembrar o homem, a pessoa, que mesmo que eu não tenha conhecido pessoalmente fiquei maravilhada, encantada, feliz no dia que fui fazer uma pesquisa sobre uma de suas obras, Brasil-Hévea descobri o empreendedor, o empresário enfim o sonhador e idealizador daquela e outras obras. Desde então minha paixão por ele foi presente e sempre vou carregar comigo o que li sobre ele. Hoje aqui, neste espaço que tenho pra falar do que penso, amo, gosto, sinto medo, admiro... Quero dedicar a ele Joaquim Gonçalves de Araújo o J.G. Araújo como ficou conhecido, às vezes penso e questiono por que não tem rua, prédio, ponte, escola... Homenageando com seu nome, por quê? O quê haveria de errado? Se é que têm! Mas não importa, o que vale lembrar é quem foi o que fez o que deixou marcado na história de nossa cidade, quem o pesquisar descobrirá o quê eu descobri. Parabéns J.G.Araújo!    

 Um homem de Coração e Razão
Já se passaram vários anos, até já estamos em um novo milênio. Mas todas às vezes que sua vida é pesquisada ou simplesmente lida, quem o faz fica encantado com tanta coragem e audácia, luta, valentia, para uma pessoa naquela época.  J.G.Araújo, pelo que sei, foi um homem extraordinário, visionário, à frente do seu tempo. Era daquelas pessoas que a gente sente orgulho, sente vontade de ter conhecido pessoalmente, participado de sua vida de sua história.  Não era brasileiro, (era português) muito menos amazonense, mas creio que se sentia como tal, tinha amor, paixão por esta terra que o acolheu, e ele por sua vez a fez crescer em um tempo difícil, árduo, mas fez.
Além de ter sido um homem de negócios, um grande empresário que construiu dois milhões de dólares em duas décadas difíceis no começo do século passado, foi também uma pessoa de grande coração, nunca deixando de usar também a razão.
Via seus auxiliares não só como funcionários, mas também como pessoas que necessitavam de proteção e por isso sempre os agraciava com casa própria.
Não ficou parado esperando que os fatos acontecessem, mas fez os fatos acontecerem. Era diversificador até em situações consideradas impossíveis.
Quando em Manaus, morava na Praça São Sebastião (hoje Largo), sua casa era o que hoje é o Liceu de artes e ofícios, Ateliê Renato Araújo.  Vivia com simplicidade e gostava muito de ir a pé até o seu escritório que ficava na Rua Marechal Deodoro.
Trabalhou muito e muito contribuiu para o Amazonas. Era sonhador, mas tudo que fazia tinha os pés fincados no chão. Vivia intensamente o presente, acreditando sempre que o amanhã seria melhor para todos.
Dentro de seus atributos tinha espaço para a exigência, e era necessário que houvesse afinal sua responsabilidade era grande. Não se sabe se foi à persistência, a audácia, o talento, a teimosia, a predestinação ou simplesmente a coragem de alguém que teria de fazer.
A certeza de que se tem é que ele foi e sempre será lembrado como o maior empresário do Amazonas até hoje.
Às vezes penso se um dia surgirá outro J.G.Araújo, se essa pessoa teria as mesmas condições de escrever uma nova história, contando novos fatos para uma nova cidade, uma nova época.
Aquele homem magnífico, genial construtor de um império e que a vida e o mundo moderno não permitiram que outras gerações participassem de suas glórias, estar lá, no passado.
Manaus hoje segue em frente, com sua economia em plena fase de expansão, suas lutas, seus sonhos e suas vitórias, mas sem a grandiosidade de um homem que um dia sonhou, lutou e realizou  fazendo HISTÓRIA.
Texto de Francisca Uchôa Souza



P.S: As fotos acima são do primeiro prédio de cimento armado na cidade de Manaus, onde foi instalado a Fábrica Brasil Hévea de beneficiamento de borrachas. Hoje o prédio não tem mais todas as caracteristicas antigas (principalmente o maravilhoso telhado) mas assim mesmo conserva um pouco de sua história. Hoje é um Supermercado.
Quero agradecer a pessoa do Dr. Robério Braga, Secretário de Cultura que na época de minha pesquisa, muito me ajudou. Obrigada.