segunda-feira, 23 de setembro de 2013

1889 - LAURENTINO GOMES

 
 
Nas últimas semanas de 1889, os tripulantes de um navio brasileiro ancorado no porto de Colombo, capital do Ceilão (atual Sri Lanka), foram pegos de surpresa pela notícias que chegavam do outro lado do mundo. "Brasil República...", anunciava o telegrama recebido pelo almirante Custódio José de Mello, comandante do cruzador Almirante Barroso. "Bandeira mesma sem coroa...", acrescentava a mensagem. Despachado do Rio de Janeiro, o telegrama só confirmava os rumores que a tripulação  tinha ouvido na escala anterior, na Indonésia. Dizia-se que o governo do Brasil havia sido derrubado. Mais do que isso, o país passara por uma drástica mudança de regime. O Império brasileiro, até então tido como o mais estável e duradoura experiência de governo na América Latina, com 67 anos de história, desabara na manhã de 15 de novembro. A Monarquia cedera lugar à República. O austero e admirado imperador Pedro II fora obrigada a sair do país. Vivia exilado na Europa, banido para sempre do solo em que nascera. Enquanto isso, os destino da nova República estavam nas mãos de um marechal já idoso e bastante doente, o alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, considerado até então um monarquista convicto e amigo do imperador desposto.
 
LAURENTINO GOMES  
 
Postado por Francisca Uchôa Souza -
 
Foto de Francisca Uchôa Souza
 

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