sábado, 7 de setembro de 2013

Independência ou Morte

Poucos minutos poderiam ter-se passado depois da retirada dos referidos viajantes (Bregaro e Cordeiro), eis que percebemos que o guarda, que estava de vigia, vinha apressadamente em direção ao pontoem que nos achávamos. Compreendi o que aquilo queria dizer e, imediatamente, mandei formar a guarda para receber D. Pedro, que devia entrar na cidade entre duas alas. Mas tão apressado vinha o príncipe, que chegou antes que alguns soldados tivessem tempo de alcançar as selas. Havia de ser quatro horas da tarde, mais ou menos. Vinha o príncipe na frente. Vendo-o voltar-se para o nosso lado, saímos ao seu encontro. Diante da guarda, que descrevia um semicírculo, estacou o seu animal e, de espada desembainhada, bradou:
- Amigos! Estão, para sempre, quebrados os laços que nos ligavam ao governo português! E quanto aos topes daquela nação, convido-os a fazer assim!
E arrancando do chapéu que ali trazia a fita azul e branca, a arrojou no chão, sendo nisto acompanhado por toda a guarda que, tirando dos braços o mesmo distintivo, lhe deu igual destino.
- E viva o Brasil livre e independente - gritou D. Pedro.
Ao que, desembainhando também nossas espadas, respondemos:
- Viva o Brasil livre e independente! Viva D. Pedro, seu defensor perpétuo!
E bradou ainda o príncipe:
- Será nossa divisa de ora em diante: Independência ou Morte!
Por nossa parte, e com o mais entusiasmos, repetimos:
- Independência ou Morte!

#Depoimento do Coronel Marcondes - do Livro 1822 de Laurentino Gomes, páginas 37 e 38.

Postado por Francisca Uchôa Souza

    

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