domingo, 9 de setembro de 2012

Religião,uma questão de escolha ou...


                                 Religião, uma questão de escolha ou...
O assunto que pretendo escrever é algo que eu nunca gostaria de tratar pelos menos aqui, neste espaço. Mas senti essa necessidade pelo fato de eu precisar desabafar ou até quem sabe mostrar a quem interessa quem eu sou no âmbito da religião. Não que eu pense que isso vai mudar minha vida ou de alguém, ou que eu deva explicações ou desculpas sei lá mais o quê. É só mesmo uma necessidade minha àqueles que insistem em dizer ou pensar que eu estou errada, perdida, que vou queimar no fogo do inferno (eu já queimo em vida, moro em Manaus) que eu blá, blá, blá, eu e pessoas que talvez pensem como eu. E mais, não tenho nenhuma pretensão de pensar que esse meu depoimento é uma forma de alguma maneira “salvar, caminhar, buscar, encontrar caminhos...” eu fiz isso com os meus filhos, pois achei que era responsabilidade e compromisso meu com eles.  Bom, no fundo, no fundo mesmo, eu acho isso tudo uma grande besteira,  eu já estou  “cheia” dessa história de religião pra cá, religião pra lá. Continuo afirmando, “é uma grande besteira o fato de certas pessoas não aceitarem as outras como elas são”. Mas vamos lá! Eu nasci, fui batizada, ganhei como madrinha Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, quando tinha sete meses quase morri de uma infecção intestinal e minha mãe entregou-me nos braços de N.S.P. S, “naquele tempo as pessoas faziam isso para salvar os seus, eles acreditavam fielmente nisso”, fiz primeira comunhão e só não casei na igreja católica porque meu pai não permitiu (eu estava grávida e na concepção dele aquilo era um pecado) casei só no civil. Enfim eu cresci em uma família católica, não tradicional, mas que honrava e colocava o máximo possível de seus preceitos em prática.
Fiquei jovem e sempre fui interessada por filosofias de todos os gêneros, sempre busquei o desconhecido, sempre questionei nunca me conformei só com uma explicação, sempre quis mais, nunca tive medo. Fiquei adulta, casei e continuei católica e em busca de outros conhecimentos, sem nunca sentir preconceito, medo, desconfiança. Tive meus filhos e todos eles foram batizados e levados à igreja. Com excersão do mais novo, que hoje tem 20 anos, (ele não foi batizado quando criança, mas eu o levava à igreja). E eu ia levando minha vida, indo à igreja e sentindo o tempo toda a necessidade de algo mais, mais...
Houve uma fase de minha vida que comecei a questionar certas coisas da vida que me incomodavam muito e eu na total falta de conhecimento espiritual achava um absurdo, eu ter o que comer, vestir, casa, corpo sadio... Mas como? Porque eu tenho e os outros não?
Não somos todos filhos do mesmo Pai, Deus? E eu seguia assim, questionando, brigando comigo mesma, até que eu comecei a pensar que não tinha nada de Deus. Éééé... Eu comecei a duvidar da existência de Deus. Aquele Deus que eu conheci na igreja, que a bíblia falava, falava, (eu também li a bíblia, hoje eu sei que ela deve ser estudada) o Deus que mostraram pra mim era bom, mas que matava, um Pai Generoso, mas que abandonava um filho diante de um assassino, um Deus que até seu filho escolhido, Ele abandonou! Mas afinal que Deus, Pai era este? Eu estava pirando, mas seguia com minha vida, acreditando que nunca ia ser abandonada por esse Pai, que de alguma forma eu não merecia castigos ou queimar no inferno se de repente eu morresse.
E eu continuava indo, vindo, das igrejas, católicas. Então comecei a visitar outros lugares, visitei a SEICHO-NO-IE, e lá aprendi de verdade a orar, que não devemos pedir implorar ou suplicar algo a Deus. Deus é “Lei absoluta do Universo” e nós não podemos mudar essa lei.
Isso não quer dizer que a oração não deve ser feita, a oração é uma ação que praticamos para nos estabelecer contato pessoal com Deus, pois assim nós nos sentimos uma unidade com Ele. Quando oramos despertamos nosso “Deus interior” e sintonizamos com “Deus que rege o Universo”.  Se for do nosso merecimento e nossa mente vibrar com as vibrações de amor divinas de amor e bênçãos que preenchem o Universo, somos abençoados por Deus. Fiquei maravilhada com as palestras, ensinamentos e a necessidade de coloca-las em práticas e passei a frequentar as palestras, mas continuei indo a igreja e nunca tentava fazer ou divulgar o que eu estava vivendo no sentido de “catequizar, doutrinar, firmar verdades...” Eu comentava e sempre que alguém me perguntava o endereço eu passava sem expectativas de achar que eu estava “salvando alguém do inferno ou perdição”.
Lembro que foi uma época bem difícil de minha vida, filhos pequenos todos estudando, marido vivendo uma fase de trabalho intenso, amizades, bebidas e outras coisas mais que eu sofria, mas não perdia a esperança a fé de que um dia aquilo tudo fosse acabar. E continuava na minha vida de mãe e tudo o que se pode fazer pra ver os seus felizes. Eu também não era fácil e não facilitava pra quem atravessasse meu caminho querendo me derrubar. Eu tinha problemas seríssimos com a família de meu esposo em especial minha sogra.
Eu tinha alguns defeitos graves, fumava, bebia às vezes (nunca pra cair) tinha o pavio muito, muito curto e gritava asneiras. Às vezes castigava meus filhos, falava palavrões e gostava de sair para alguns lugares que não eram mais adequados para mim, (olha a imaginação hein gente!) Na verdade eu era uma pessoa que vivia brigando com o mundo e algumas vezes magoei pessoas que eu amava e que me amava também. Sentia-me só! Naquela época Deus não era suficiente para preencher a lacuna que tinha entre mim e meu esposo, que amava e sempre amei. Chorava, morria todo dia um pouquinho por dentro, mas seguia...
Continua...
Escrito, postado e foto de Francisca Uchôa Souza.


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