quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Religião,uma questão de escolha ou...Parte ll


Sim, eu rezava! Eu sentia essa necessidade e mesmo com todas as minhas dúvidas, eu nunca perdi minha fé. O tempo foi passando, eu tinha esperanças e fé que um dia eu iria conseguir o que eu e meu esposo desejávamos, o melhor para todos nós. Eu nunca esperei por governos ou por sonhos que eu nem sequer sonhava, eu sempre fui mais de idealizar projetos e procurar fazer de alguma forma que eles se tornassem realidades. Lógico que às vezes tinha ajuda dos mais próximos e sempre procurei fazer por onde merecer, rezava por mim, pelos meus e por todos que estavam próximos de mim, mesmo que às vezes eu parecesse uma pessoa adversa daquilo que eu sentir.
Eu continuava brigada com a igreja, mas meus votos eu praticava em silêncio, como sempre a vida arma armadilhas, em 1996 meu sogro faleceu e depois meu esposo saiu do banco em que trabalhou alguns anos. Foram dois baques, o primeiro o tempo cura, mas o segundo foi muito crucial e levou certo tempo para curar. Eu vivia dobrando os joelhos, rezando para tudo serem logo resolvidas, brigas trabalhistas são terríveis e em longo prazo.
Enquanto isso a vida seguia, as crianças cresciam, os problemas aumentavam, mas minha fé e coragem para lutar não tinha fim. Em 1999 saiu à primeira parte da causa trabalhista e resolvemos nos mudar de casa, era um dos nossos projetos sendo realizados, compramos nossa casa, era uma sensação maravilhosa, nunca mais ninguém iria me expulsar de onde eu estava morando dizendo que a casa não era minha. Agradeci a Deus e a N.S.P. S, ai eu decidi voltar à igreja para agradecer e pagar uma promessa que eu tinha feito e fui. Fiz tudo, fiquei feliz, voltei novamente a frequentar as missas e novenas. E vi o quanto eu me sentia feliz indo a igreja, rezar, cantar, comungar, quanto o que os padres pensavam sobre meus filhos eu não de mais importância, passei a deixar que Deus me julgasse, afinal eles eram filhos de Dele e de um casamento legal diante a justiça dos homens.
Estávamos todos alegres com uma nova vida e confortável. Mas no meio de toda essa alegria existia também uma grande tristeza, minha sogra estava muito doente e já estava desenganada pelos médicos, algumas pessoas nos julgaram quando nos mudamos, mas nós nunca deixamos de fazer o que tínhamos de fazer e fizemos. Eu fiquei com ela vários e vários dias no hospital e lá eu rezei, e como rezei, chorei, briguei pelos direitos dela e por fim quando vi que nada mais restava eu me debrucei sobre ela e pedi perdão por nossas brigas, minha falta de experiência e paciência e poderíamos ter vivido melhores, pois amávamos o mesmo homem. Sei que ela me perdoou mesmo estando em coma, pois eu a senti apertando minha mão depois de eu ter rezado uma novena de N. S. P. S para ela. Ela faleceu, eu chorei muito e mais uma vez pedi colo do Senhor Jesus, eu estava muito triste e vira o quanto de tempo e oportunidades eu perderá por ignorância, orgulho e sem por em prática de verdade os ensinamentos que Ele nos ensinou. “Egoísmo”, o pior de todos os males. Muitas vezes por egoísmo pratiquei a estupidez, insensatez, orgulho... Quase virou um “câncer” da alma, mas graças a Deus fui salva pelo conhecimento e a dor.
O tempo como sempre não para, segue, vai embora, eu também tinha que ir, eu continuava indo as reuniões espiritas e as missas, as novenas, eu nunca deixei de ser católica, às vezes eu me questionava se aquilo era certo, mas eu seguia meu coração. Na casa espírita eu fiz vários estudos e comecei mais do que nunca a viver um novo Deus, um novo Jesus, uma nova visão, uma nova esperança, uma nova vida. Estava feliz. Eu tinha novos amigos, minha mente foi abrindo-se e as perguntas começaram a ecoar eu precisava de respostas, respostas... O espiritismo me deu o que eu precisava e procurava. Meus filhos também frequentavam e meu esposo ia junto. Houve um período que eu ia para a missa e quando saia ia direto para a casa espírita. Foi um período bom, mas que eu escutei algumas indiretas de pessoas que não sabiam o que eu estava vivendo intimamente e diziam que eu não deveria servir a dois Deus, e eu respondia, mas como, até onde eu sei só existe um Deus, e Ele é único e onipresente. Agora como é divulgado é outra história. Não liguei e fiz o que o meu coração pedia e o que minha fé queria... Continua

Texto e foto de Francisca Uchôa Souza.



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