segunda-feira, 22 de abril de 2013

Porta-retrato


Porta - retrato

Tenho tido medo, mesmo assim sigo em frente, tem sido dia a dia, passo a passo, as horas passam e sinto vontade de correr até o telefone e ligar só pra ouvir sua voz. Mas vem uma voz mais forte e determinada fala a minha razão:  Não! Eu obedeço, e calada diante da razão sigo novamente em frente com dor no coração.
Fico aqui no me mundo sem você, trabalho, brigo, como, visto, e lá vem você, às vezes sinto raiva, ódio, ai eu brigo com você, grito e num ato de quase loucura risco seu rosto com um pedaço de vidro que quebrei daquele porta- retrato que você deveria ter me dado mas se esqueceu.
O tempo vai passando, as horas sumindo, ligo a televisão, e numa novela toca uma canção que eu juro que poderia ser nossa, mas a vida, o destino, o mundo, todos culpados não deixaram ter sido feita pro nossos corações. Fico num transe, olhando aquela emoção de um beijo de paixão sendo colado, selado em duas bocas ardentes naquele momento da canção, que seria nossa se não fosse eles os donos daquela emoção vivida naquele momento de minha solidão.
Aí, minha vida tem sido cheia de muitos "ãos". Engraçado. É, digo engraçado para não ser trágico. O casal também tem seus defeitos, momentos de indecisões. Que casal? O da novela, que terminaram de falar juras de amor, fico atenta, observo, quem sabe eu aprendo alguma coisa com eles e descubro um jeito de te trazer pra perto de mim. A novela acaba, desligo a televisão, e nada, assim vou para a minha vida, sem respostas, sem perspectiva e sem visão, de um dia, uma hora, um momento, um instante, tudo possa mudar e você venha aqui me buscar. Mais tarde quando tudo está quieto, a vida dorme, o vento descansa, a lua diminui a sua luz, eu que não consigo dormir vou ao quintal, naquele silêncio e quietação olho para o céu e faço uma pequena oração:
"Senhor Deus, Tu que és Pai e sabes o que é bom e certo pro teus filhos. Peço-te, me dá o consolo de poder viver sem meu amor, e que ele seja feliz mesmo longe de mim. Amém".
Ao lado da lua uma estrela solitária pisca, eu entendo que é Deus confirmando meu pedido. Antes de entrar em casa olho novamente para aquela estrela solitária e sorrio, ela como eu temos nossos papéis e temos que seguir em frente, o medo que sinto diminui, descubro que não estou tão sozinha, mesmo longe vivendo outra vida tenho você comigo, no meu peito, no meu coração.
 Escrito e postado por Francisca Uchôa Souza

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