sábado, 13 de outubro de 2012

Qual é o valor?


Qual é o valor?
Qual é o valor? Foi exatamente a pergunta que fiz, quando li uma matéria em um jornal de nossa cidade. A matéria se referia a um salvamento de uma árvore localizada na frente do Centro Cultural Palácio Rio Negro. Segundo a matéria, a árvore havia sofrido um dano grande com um temporal ocorrido recentemente em Manaus. A Secretaria de Cultura fez de tudo para o salvamento da árvore, trata-se de um pé de Pau-Brasil, ele teria envergado com a força do vento. A SEC pediu uma consulta do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) o tratamento foi imediato, o galho que sofreu uma fissura, foi amarrado evitando assim um dano maior. Foi necessária a utilização de um guincho, para levantar a árvore e ficar em uma posição adequada ao tronco, amarrada, recomposta, com uma armação de madeira até “sarar” ou quem sabe, brotar outro ramo. Tudo foi acompanhado de perto e todas as providências foram tomadas. Segundo o que li na matéria que aquelas espécies de árvores foram plantadas pelo engenheiro agrônomo Cesar Najar Fernandes, há muitos anos, em uma época que o palácio ainda era utilizado como sede do Governo Estadual. Essas espécies são raras de se obter, são de vida longa além de traduzirem uma parte da história do nosso País, “deram nome ao nosso País”. Kaká Bonates, que foi consultado disse que essa foi a única forma de salvar a árvore, fora isso só cortando, coisa que  não permitida.
Bela história! Uma árvore, no meio de tantas no mundo, em especial na nossa cidade, foi salva. Até ai, tudo normal, certo, bom, posso usar vários adjetivos e bato palmas para quem de fato fez este salvamento. Agora as perguntas que não calam em minha cabeça e talvez de outras pessoas que recentemente viu, questionou, fizeram protestos, até perdeu sono, sofreu. Porque isso? Porque agora essa atitude? Porque uns dias atrás outra árvore não fora salva? Ela passou por alguma consulta de algum órgão, de alguém com conhecimento científico? Ou será só pelo fato da outra árvore não ser rara, sem valor estimado, não merecia tais cuidados? 
 Ah! Era uma Mangueira!
Claro que um pé de Pau- Brasil é importante e de grande valor. Quem conhece nossa história sabe o quanto ele foi valioso e agora mais do que nunca devemos preservá-los, particularmente pretendo um dia chegar a mostrar um para os meus netos e contar sua história. Mas acredito que a Mangueira também tenha seu valor. Especialmente aquela que ficava localizada em um espaço cultural, várias vezes passei por lá e vi jovens, senhoras, senhores crianças se deleitando de uma bela sombra, ouvindo músicas, lendo, usando internet, namorando... Eu também sentei lá, senti o frescor de sua sombra. Quanto tempo àquela mangueira estava ali? Vivendo com todos. Não quero mais questionar ou alongar este assunto, chega! Mas o fato é que sinto o gosto da perda e ao mesmo tempo um pouco de tranquilidade em saber que algo foi feito para que não houvesse mais perdas. Ainda dói!
Acredito que pessoas devem ser respeitadas. Não importa seu tamanho, idade, credo, nacionalidade, condições sociais ou... Mas simplesmente porque são pessoas.
E árvores também, dão sombras, alimentos, enfeitam, protegem, não importa o seu valor comercial, história, são árvores. São vidas!
De alguma forma estou feliz, acredito que muitos também. Qual o valor? De uma árvore tipo Pau-Brasil, Mangueira, Jatobá, Goiabeira... Qual o valor delas para mim, você, para os nossos descendentes?  Vamos continuar salvando!
Escrito e postado por Francisca Uchôa Souza.
Essas fotos eu tirei hoje 13/10/2012
                                                       O pé de pau-Brasil que foi salvo.

                                                               O pé de pau-Brasil
                                                                Palácio Rio Negro
                                                          Essa foto eu tirei em 2010



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