segunda-feira, 8 de abril de 2013

Uma história com a ópera em atos.


III ato
Mais uma vez o tempo passou e com ele eu cresci e fiquei jovem, cheias de sonhos, rebelde, aprendendo a ver a vida de outra forma, confusa, um dia era criança e de repente era uma jovem cheia de expectativas, vontades e medos.
Conheci novos amigos, agora eu ia muito mais além das casas dos vizinhos ia à busca de sonhos, conquistas, desejos, aventuras. Vivia em amizade com novos primos que vieram de outra cidade para morar aqui. Era uma turma grande e muito boa no meio dessa turma tinha dois primos roqueiros com eles descobri o Rock, a música vamos dizer assim; Metal. Lá fora era época dos novos sons que aos poucos foram chegando a nossa cidade no meio de tantos gostei de Pink Floyd, Alice Cooper, Queen, The Who e outros mais... Quase virei hippie.
O tempo não perdoa, continuou passando e com ele levando sonhos. Mas também trazendo novas esperanças e novas expectativas, novos horizontes. Tudo foi ficando guardado, armazenado, quieto.
Um dia casei, construí família. As lembranças, as histórias todas guardadas, quietas em silêncio. Já se passara muito tempo e um dia passando em frente a uma loja de discos no centro da cidade vi que a mesma estava em liquidação. Parei, e percebi que estavam liquidando somente os disco de vinil, o famoso “bolachão”. Havia cestas e cavaletes com vários discos e eu me propus a procurar por algo que me chamasse atenção. E achei! Encontrei vários discos e alguns álbuns que me fascinaram entre eles comprei o álbum da ópera o Guarani, o Barbeiro de Sevilha, Clássicos Inesquecíveis, José Carrera e Caballé, gente que eu ainda não conhecia e nunca tinha ouvido falar, muito mais ouvira. Mas aprendi a conhecê-los, ouvindo e pesquisando.
Em 1996 acho que no mês de fevereiro eu e minha filha passávamos perto do Teatro Amazonas percebemos uma movimentação e nos dirigimos para lá. Chegando à Praça São Sebastião (assim era chamada) vimos várias pessoas e muita agitação, procurei saber do que se tratava e descobri que seria uma apresentação do Tenor José Carreras. Era a festa do centenário do Teatro Amazonas (até o Presidente Fernando Henrique estava aqui). Feliz radiante eu decidi assistir aquele momento, não iria perder a oportunidade de conhecer um dos grandes Tenores que no momento estava em foco na mídia. A Praça estava lotada e no meio daquilo tudo havia pessoas fazendo “politicagem” incitando com palavras contra o governo do momento, mas isso é outra história. Assistimos, foi dez, vi pela primeira em um palco de teatro (claro que pelo telão que lá estava) um momento único, encantador, um tenor cantar. Fui pra casa feliz e com novas descobertas.
Houve uma passagem de tempo que eu não tenho muita certeza da data, mas acho que foi em 1997, eu e uma amiga fomos algumas vezes para apresentação de músicas clássicas no Teatro Amazonas, eram sempre aos domingos e de manhã, eram interessantes aquelas apresentações, o maestro sempre falava o nome da composição o compositor, onde ocorreu, porque, os instrumentos usados naquela música e apresentava um a um. Assim conheci vários instrumentos e seus sons e hoje consigo distinguir quando tocados.
Em 1998 eu assisti pela primeira uma ópera, foi na Ponta Negra, Tosca e ali eu conclui que nunca mais eu iria deixar de amar aquilo tudo. Uma vez ouvi alguém dizer que ópera quando você assiste pela primeira vez “você ama ou odeia”. Eu amei! No Teatro Amazonas houve apresentação de Fosca. Eu continuava a não entender de nada de ópera, mas aos pouco aqui, ali, fui procurando entender e descobrir como aquilo funcionava. Comecei a participar indo aos eventos, guardava os encartes e depois fazia pesquisas sobre aquela ou outra ópera.
Um dois ou três anos não foi possível eu participar, mas acompanhava pelos jornais ou alguma noticia pela TV. Em determinados eventos descobria que eu já ouvira aquela música e eu gostara. Músicas que eu ouvira outrora em filmes ou em alguma novela e eu amara, minha alma ficara feliz e dançara, era assim, é assim até hoje.
Quando assisti Gianni Schicchi de Giácomo Puccini baseado num episódio do Inferno de Dante, fiquei muito emocionada, eu lera há muitos anos atrás e vira o filme “A Divina Comédia”, em 2008 assisti Ça Ira com Roger Walters um dos integrantes de Pink Folder, como eu poderia pensar em algum dia ver tão de perto um integrante de uma banda que quando jovem eu cantara e dançara? Quando?
Em 2009 outra emoção, vi de perto uma dança de Can Can. Também assisti outras como o Anel de Nibelungo, Carmina Burana (que todas às vezes choro de emoção, mexe comigo) Romeu e Julieta, A Cinderela, Sansão e Dalila, Carmen, O Barbeiro de Srevilia, A Flauta Mágica, Aida, O Guarani, O Navio Fantasma... E tantos mais. Também passei a apreciar os recitais  sempre que posso, é sereno.
Este ano estou na expectativa de assistir Percival e curti uma participação de Queen (de novo o rock na ópera) e eu na certeza que não foi ruim ter conhecido este estilo um dia. É claro que eu continuo a não entender muito de ópera, mas já posso conversa um pouquinho sobre o assunto, às vezes é confuso, mas devagar eu procuro me inteirar do assunto.
Hoje posso falar uma coisa com certeza eu amo ópera, amo adentrar naquele teatro (Teatro Amazonas) e sentir aquele cheiro de cultura, música (é, música também tem cheiro, pelo menos para mim) parece outro mundo, é outro mundo. Gosto de ouvir o som do violino, do piano, da harpa... Gosto de gritar Bravo, Bravo, Bravo!...
Aprendi a gostar de Jazz, mesmo antes do Festival que aqui tem, foi assistindo filmes antigos, Blues, Louis Armstrong nossa! Assim a ópera, jazz, blues, rock e outros gêneros entraram na minha vida. Agradeço ao cinema, as novelas, aos livros, as revistas, às pessoas que direta ou indiretamente me deram isso tudo. Quem sabe um dia eu possa assistir uma ópera rock chamada TOMMY, já vi o filme em minha juventude).
Na expectativa de mais uma nova temporada que vem chegando.
Texto por Francisca Uchôa Souza.
Meus discos e CDs.


Bandas que curti nos anos 70.Fotos de pesquisa do Google.

Meus encartes das óperas que assisti.


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